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29 de maio de 2009

Picadas Sem Fim


Legenda da foto acima:
“Quantos desses fuio vô picizá pa ficá totalmente imunizada?”
Não, porque a coisa vai de um jeito que vamos ter que parar pra perguntar.
Digo isso pelo surgimento recente da “preocupação” com o rinovírus.
Se me pedissem pra chutar qual o vírus mais vagabundo que eu já ouvi falar, provavelmente responderia este.
E agora é um tal de “Asma no Lactente Associada ao Rinovírus”, “Rinovírus Causa Pneumonia”, “Rinovírus Isso” e “Rinovírus Aquilo”.
Próximo Passo?
Vacina. Com custos (nem sempre com claros benefícios associados). E novas picadas.
Crianças pequenas podem mesmo ficar doentes com rinovírus. Assim como com qualquer outro vírus ou bactéria.
Pra isso serve sua imunidade em desenvolvimento: entram em contato com vírus e bactérias, criam fatores de defesa, criam memória imunológica e seguem em frente.
Não há (pelo menos neste século) como fazer diferente. Certas vacinas vão surgir para alimentar “neuras” maternas e paternas. Não deveríamos nos entregar a elas cegamente.

26 de maio de 2009

Vida de Inseto


Um maldoso inseto (mosquito, mutuca, abelha, etc.) picou a pele do seu filho.
No mesmo dia, um inchaço local associado à vermelhidão apareceu.
E aí?
É só alergia?
Trata com o que?
Muitas vezes é “só” alergia: incha, desincha e vai embora (e aí, se trata com antialérgico e/ou corticóide local, no máximo).
Algumas vezes, no entanto – principalmente quando o inchaço prolonga ou aumenta com o tempo – pode estar significando uma infecção de pele (mesmo sem febre!).
Por que?
Primeiro porque o danado do inseto não diz:
“Ai, espera, vou desinfetar minha trombinha para introduzi-la na pele da sua criança!”*
(* inseto de orientação sexual duvidosa!)
Segundo, porque a pele é coalhada de germes, que estão quietos, do lado de fora, pela própria integridade da pele.
Ao se coçar, entretanto, não só essa barreira pode ser quebrada, quanto aumenta muito a chegada de sangue ao local (lembre, esse “vermelhão” significa mais sangue chegando). Daí, o leito fluvial para a penetração dessas bactérias está criado.
Tratamento?
Suspende-se corticóide, inicia-se antibiótico (local, em cremes ou pomadas, ou para tomar, quando de maior gravidade).

No momento em que escrevo essa, sustento um belo “pão” avermelhado no antebraço esquerdo, me dado por uma mutuca. Aprendi na Wikipédia que estas desgraçadas não picam: rasgam a carne do vivente com suas poderosas mandíbulas obtendo um suculento filé – não fora eu magro seria muito mais suculento, bem feito!

22 de maio de 2009

O Nariz e A Vagina


(Não, não é o nome dum conto do Marquês de Sade...).

Qual é a semelhança entre o nariz e a cavidade vaginal?
No nariz, a secreção mucosa (responsável pela coriza e co-responsável pela obstrução nasal) prepara a mucosa nasal (o “veludo” de revestimento interno do nariz) para a agressão de vírus, bactérias, alérgenos e variações da temperatura.
Na vagina, a secreção mucosa também a prepara para “agressões” (bactérias e relação sexual).
E no nariz, assim como na vagina, a secreção mucosa é influenciada – e muito – pelo estado emocional. Assim é que quando o sujeito está nervoso (e muitas vezes nervoso já com a própria coriza e obstrução nasal), a coriza piora!

(Você já parou pra pensar qual a parte do corpo onde os vasos sangüíneos estão mais expostos? Nariz, claro. Segundo lugar? Vagina! Alguém pensou em ouvido. Mas no conduto auditivo, o revestimento interno é mais parecido com a pele. Por isso Deus criou a cera, para proteção, pela ausência de secreção mucosa. Já pensou se tivesse feito o mesmo no nariz? Ou na vagina?...)

Descobriu o título da figura acima?
Nariz (es) Correndo!

19 de maio de 2009

Tá Na "Cara"


Quando o bebê fica muito amarelo (ictérico) nos primeiros dias ou semanas de vida, três são as preocupações principais, a saber:
1) se o nível de bilirrubina (o pigmento responsável pela cor amarela) está ou vai ser alto demais, a ponto de poder afetar o cérebro (pouco comum em crianças a termo e que de resto estão bem),
2) se há alguma doença (relativamente incomum), como as infecções congênitas e
3) se a criança é portadora da temida (por necessitar de diagnóstico precoce e apresentar um prognóstico reservado) atresia das vias biliares.
Neste último caso, os pais podem aprender a fazer a triagem nas suas próprias casas, sem a necessidade - a priori – de exames laboratoriais, a não ser quando há alterações.
Como saber?
Com uma simples olhada diária no cocô dos seus filhos, comparando com o stool card (“cartão do cocô”).
Se você tem um recém-nascido, vá lá. Pegue a fralda do seu pimpolho e compare: as cores de número 4 a 7 são normais.
No caso das três primeiras, se o seu bebê estiver ictérico (amarelo), leve-o logo ao pediatra para um exame de sangue.

15 de maio de 2009

Pais Extremados


A gente costuma brincar olhando para alguns pais com seus pequenos filhos no colo de que só falta darem de mamar.
E não é que começam a pensar “seriamente” no assunto?
O (agora agonizante – infelizmente) blog “The Thinking Blog” aborda a questão.
Cita dois fatos igualmente curiosos:
Um pai do Sri Lanka (um país, hein!) que, com dois filhos lactentes para cuidar após a morte da esposa – e estes se recusando a mamar em mamadeira – não hesitou em oferecer o seu (digamos) “seio” para as crianças, com aparente sucesso.
O outro, um documentário de 2007 que concorreu ao Oscar (estatueta, não o que vos fala), mostrando um pai (macho, ao que parece) que, incomodado com a mais forte ligação de seu filho com a mãe, também não teve dúvidas: peito masculino pra ele! (o documentário mostra ainda uma especialista – entrevistada numa banheira, que interessante! – explicando que pais devidamente estimulados pela sucção dos seus filhos têm totais condições de amamentar, tendo leite inclusive com teores protéicos mais elevados).
Ai!

12 de maio de 2009

Cenas Familiares (Dois): Abram Alas


Cena presenciada em um clube:

Estava o pacato cidadão de meia idade assistindo a um determinado programa de televisão. No local, somente ele e a televisão, além de um funcionário do bar do local.
Num determinado momento chegam sorrateiramente um papai montanha (de quase dois metros de altura e de constituição muito forte) com seus pequenos filhos, quietos, aparentemente concentrados, um de cada lado do papai montanha.
O montanhoso posta-se na frente do televisor – situado em armação de parede – já com a mão direita levantada na direção do aparelho e pergunta, como quem dá um tiro:
-Posso?
O pacato cidadão, entre surpreso e meio assustado, num primeiro momento apenas arregala os olhos e depois, como se não houvesse muito outro jeito, responde apenas com um aceno de cabeça.
Desenho rolando (em volume mais alto) no televisor, instalam-se papai montanha e pequenos filhos pasmados, hipnotizados com o programa, enquanto o pacato cidadão vai se retirando do ambiente, silenciosamente revoltado.

E então?
Considerou “normal”? Ficou - como eu também ficaria - “revoltado”?
Quem criou essa regra da prioridade da infância sobre a educação e os bons modos?
Apenas porque pais atuais costumam ceder demais a seus filhos, a conduta deve se espraiar para toda uma sociedade?
Acho que é pra pensar...

8 de maio de 2009

Magros de Apartamento


Este é um estudo interessante, ilustrativo das diferenças individuais no ganho de peso:
Crianças foram divididas em três grupos com grandes diferenças na quantidade semanal de atividade física na escola.
Seus níveis diários de atividade física total (incluindo escola e casa) foram então medidos, com um aparelho chamado acelerômetro.
O estudo revelou que independente da quantidade de atividade física dada na escola, as crianças dos três grupos não diferiam no total de atividade diária.
Por isso vemos tantos “magros de apartamento”, onde 50 metros quadrados são suficientes pro agito.
Assim como “obesos do campo”, cheios de espaço servindo pra pouca coisa.
Explica o autor do estudo:
“Espaço é importante, claro. Mas o quanto de atividade física cada um precisa e faz é provavelmente uma característica inata. Deve haver algum termostato cerebral também para isso”.
(outro detalhe – que este estudo não contempla - é o gasto energético individualizado em atividades físicas não-formais, muito provavelmente mais importante).

5 de maio de 2009

O Todo Pela Parte


Alguém acredita que se pode ter uma boa idéia de alguma casa apenas olhando a sua porta?
Pois é o que tem acontecido com a Medicina atual, não só aqui como no mundo inteiro.
Pacientes são levados a acreditar que estão em melhores mãos quando consultam especialistas para seus problemas.
Dor de cabeça? Neurologista. Infecção de ouvido? Otorrinolaringologista (realmente, o nome impressiona!). Diarréia? Gastroenterologista (veja que os nomes são grandes!).
Com isso, há cada vez menos médicos interessados em se tornar generalistas (“simples” clínicos gerais, pediatras e médicos de família). Números americanos giram em torno de 2% dos recém-formados.
O médico Chris Rangel faz outra comparação: é como se apenas 2% do contingente militar se tornasse combatente. O restante seria especializado em logística militar (98% de “retaguarda” numa guerra, já pensou?).
E essa especialização não tem, ao que parece, servido para tornar a população mais saudável. Serve, sim, para tornar custos com saúde muito mais elevados.
Falando somente em custos com o profissional médico, com apenas 2-3 anos a mais de formação, a remuneração médica costuma aumentar em até 2-5 vezes.
Se não existisse a palavra “ideal”, restaria apenas outra a estes profissionais: estupidez.

1 de maio de 2009

Atchóinc!

Sei que você já está careca(o) de ouvir falar nesta tal de gr_pe su_na. Por isso, não vou falar no nome dela.
Mas não resisto a alguns pitacos.
Há alguns bons anos não tínhamos novas epidemias de gripes. Muito menos pandemia (epidemia generalizada, em nível global).
Esta novidade ainda é mais epidemídia.
Pessoas morrem de gripe ou suas complicações todos os anos.
Assim como de cólera. Ou da outra gripe, a aviária, só pra citar duas epidemídias que nos tiraram o sono nos últimos tempos.
No entanto, caso essa seja a definitiva, aquela com a qual devamos realmente nos preocupar (digo “devamos”, nós, o mundo todo como um todo) a coisa funciona assim mesmo: o germe – fosse ele que germe fosse – não ia (vai?) pedir licença, limpar os pés no capacho de “welcome” nem ser bonzinho de pertencer às cepas (espécies) contidas nas vacinas que aplicamos nos bons e maus velhinhos do planeta afora todos os anos.
E aí vem a pergunta (que já veio):
- Cadê a vacina pra nóis, moçada?
Dureza.
Primeiro, definir se vai ser epidemia. Não vai se gastar rios de dinheiro pra uma epidemia que ainda pode não vir (você gastaria?).
Segundo, o tempo que leva para confirmar cepas, criar pool de vírus, fabricar, distribuir, etc. (Seis meses? Pode ser tarde?)
Terceiro, contemos com a não (nova) mutação do vírus atual, suíno. Já pensou a dor de cabeça dos laboratórios fabricantes aplicando vacina no mundo todo e “falhando”? Advogados – os que não morrerem de gripe – salivarão.
Pensando bem, é melhor dormirmos um pouco mais agora. Poderemos perder muito do sono daqui pra frente...