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28 de agosto de 2009

Picadas com Dias Contados


Não sei se alguma vez você já se deu conta, mas há uma revolução silenciosa na indústria das agulhas de injeção.
Atualmente elas são de liga mais finamente polida, mais facilmente penetrantes, mais sofisticadas na geometria e calibre.
Disso ninguém quer muito saber.
O que se quer saber é:
Quando deixarão de existir? Quando serão substituídas por algo menos doloroso?
Não pense que as indústrias não estão quebrando a cabeça para virem com resultados. Injeções do futuro terão enorme mercado.
Além disso criarão maior mercado para todas as medicações injetáveis (algo até meio assustador, pode não ser assim tão bom).
Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Georgia (E.U.), no entanto, já inventaram o que parece que vai ser uma das grandes soluções:
Um patch (adesivo, vai) com micro-agulhas de cerca de meio milímetro de profundidade, auto-aplicável, que “entrega” vacinas ou medicamentos em questão de minutos.
Será que também nisto (assim como nos telefones discados, na televisão preto-e-branco com seletor de canais, no sistema operacional DOS, etc.) vamos ser vistos pelas próximas gerações com incredulidade?

25 de agosto de 2009

Póin To Viu


Pode parecer exagero, mas tipos de personalidade (ou estilos de pensamento) e seus assim chamados “transtornos” são importantes definidores do futuro de cada um.
Profissões, condições sócio-econômicas, relações sociais (familiares e no trabalho) e saúde são todos diretamente afetados pelo modo de se pensar a vida (e agir).
Estamos cansados de ver exemplos de desportistas que tinham enorme talento, mas... não chegaram lá.
Profundos conhecedores que (às vezes até por isso) não tinham paciência (“saco”) de transmitir seus conhecimentos aos “ignorantes”.
Cantores dotados que apareciam nos próprios shows apenas “se estivessem com vontade” (embora na profissão artística o “ser difícil” de personalidade seja quase uma regra).
A violência doméstica, o descambo para a agressão (física ou, mais comumente, verbal) em relações pessoais, a busca obstinada por objetivos pessoais, o descuido ou o excessivo cuidado com a própria saúde ou a dos familiares, etc., são frutos de personalidades herdadas e/ou moldadas “no ninho” (e com muita dificuldade e muitos anos de terapia - ou auto-conhecimento ou “porrada” - desmoldados após).
Particularmente acredito que o tema é tão importante que deveria ser motivo de currículo escolar do ensino médio (mais útil que aula de... deixa pra lá!).

21 de agosto de 2009

Intimidade


No momento em que o Ministério da Saúde lança mais uma campanha tentando conter a avalanche de problemas ligados às doenças sexualmente transmissíveis (DST), aproveito pra sugerir aos pais:
A menos que seu filho adolescente (ou mesmo pré-adolescente) seja um Kaká, que conta publicamente que casou virgem (segundo ele, o sangue “vertido” pela sua esposa na noite de núpcias foi o símbolo do amor do casal, lindo isso!), é melhor aceitar o fato de que nos tempos atuais a moçada transa e transa cedo no mais das vezes (é um fato, ora!) e que – assim como quem quer evitar quase que totalmente o risco de câncer de pulmão deve se abster do fumo – quem não quer se preocupar com os possíveis (e muitas vezes graves) inconvenientes das DST e doenças relacionadas precisa aprender a usar camisinha.
Novidade isso, né?
Mas como explicar o fato de que tanto jovem despreza o seu uso?
Acho que um fator importante é que pra se usar camisinha existem pelo menos três fatores:
1) Consciência da necessidade. E essa existe, pelo menos em parte.
2) Segurança por parte do rapaz: a insegurança do jovem na hora do rala-e-rola torna o uso da camisinha mais um motivo de temor de que as coisas não dêem muito certo. E aí, o terceiro fator:
3) Intimidade com a coisa. E para que se tenha intimidade, não há outro jeito. Vale aquela dica que se dá para o jogador de futebol: para jogar bem, se deve até dormir com a bola.
Faça-se o mesmo com a camisinha! Durma-se com ela. Acompanhado ou sozinho. Torne-se a camisinha um artigo comum do quarto da moçada (desagradável, eu sei, essa lembrança constante do rala-e-rola, ali, rolando pela casa, mas...). Quebre-se o tabu do negócio. Vale a pena!

18 de agosto de 2009

Geleca


Por que algumas crianças – notadamente meninas – têm maior tendência a infecções urinárias?
Dentre outros motivos – a higiene precária é um motivo prosaico – porque o germe que as causam é na maioria das vezes a Escherichia coli, uma bactéria que tem como característica marcante a presença de fímbrias.
As fímbrias (expansões do corpo bacteriano que lhe emprestam a aparência dum esfregão) são “grudentas”. Têm esta função, mesmo: grudar na mucosa (o revestimento interno de órgãos como o intestino e a bexiga), para sobreviver por ali. Outras bactérias escorregam para fora da luz vesical (da bexiga) com mais facilidade no ato de urinar.
E aí a questão: algumas pessoas têm também bexigas mais “grudentas”, com mucosas mais receptivas ao grude das fímbrias bacterianas.
Isso é característica herdada. Crianças que apresentam infecções urinárias costumam ter mães que - pelo menos durante períodos da vida - também sofreram com o problema.
Solução?
Como não se pode mudar a genética (ainda): cuidados higiênicos, boa ingestão de líquidos, micções freqüentes.

Postagem oferecida pelo curso de latim para crianças "Cisne Qua Non"

14 de agosto de 2009

Vendas


Pra você ver como nossa cabecinha humana funciona quando se trata de doença, morte, etc.:
Se você perguntar para algum seu parente de pouco mais de idade (notadamente dos 50 anos para cima) se ele toma alguma medicação, provavelmente vai ouvir falar das estatinas, tenha ele (a) sofrido um infarto ou não.
Há alguma prova de que as estatinas realmente funcionam para alguma coisa?
Lá vai um alto e sonoro:
Não!
Mas... então por que se prescreve? Por que tanta gente toma?
Boa pergunta.
Acredite você ou não:
Primeiro, porque precisamos de um remedinho mágico (e como as estatinas nos prometem mágicas!). Senão como iríamos encarar a culpa da nossa torta de chocolate do meio da tarde, da nossa preguiça para a malhação do início da noite, do nosso churrasco do final de semana?
Segundo, porque é o que se espera daqueles sujeitos vestidos de branco (os de gravata são os melhores): que nos prescrevam algo, que façam algo por nós (já que anda difícil fazermos nós mesmos).
Que importa que os estudos sérios desmintam seus efeitos, que falem duma toxicidade muscular importante (escondida pela vasta oficialidade de rabo preso), que mostrem que a diminuição dos níveis de colesterol não leva a absolutamente nenhuma modificação no prognóstico de infartados, hipertensos e etc., que mostrem uma associação perigosa com certos tipos de câncer, que acelerem a perda cognitiva associada à idade?...
Fechamos olhos e ouvidos pra tudo isso.
Preferimos a doce música da propaganda. E a nossa paz de consciência. Ainda que comprada.

(a esse propósito, o cardiologista e pesquisador Michel de Lorgeril publicou um livro, “Colesterol, Mentiras e Propaganda” – ainda somente em francês – mas cujo resumo pode ser lido aqui)
Postagem oferecida pela Escola Maternal Centopéia Perneta

11 de agosto de 2009

De Tijolo em Tijolo

Conheço muita gente que, muito ingenuamente, pensa:
“Ah, eu malho, então posso comer o que eu quiser, o quanto eu quiser, que não há risco de eu engordar (ou ficar menos saudável)!”
Vejamos o quanto há de verdade nisso.
Peguemos como exemplo um operário da construção civil, daqueles que constroem prédios enormes durante o ano inteiro. É talvez o protótipo do “malhador”, do cara que gasta energia em atividade física o dia inteirinho. Não há muita preocupação com número de calorias ou qualidade dos alimentos (pelo menos não até hoje) no canteiro de obras: suas “quentinhas” são pródigas em calorias e, normalmente, quando chegam em casa, sai da frente! Calorias de montão.
Há gordos nessa turma?
Poucos. Pouquíssimos, na verdade. Há os mais magros e os mais “fortes”, mas não exatamente obesos.
Até determinada faixa etária.
Se observarmos os que são mais “coroas” (dos poucos que não se aposentaram por invalidez ou outras doenças ligadas ao estilo de vida) veremos que há, quase sempre, uma boa barriguinha infiltrada ali. Com todo o corolário de problemas que a acompanha: hipertensão arterial, diabetes, etc.
Então, a conclusão a que se pode chegar é de que se você ainda é relativamente jovem, vá em frente: abuse do seu corpo! Malhe bastante, coma de tudo de montão. Há pouca chance de, neste momento da sua vida, você se tornar um obeso (a não ser, claro, que já seja um obeso genético).
Mas não se esqueça de que, muito provavelmente, você não vai querer viver bem apenas por uns vinte ou trinta (ou mesmo quarenta) anos.
Palavra de coroa!
Amém.
Isto foi uma postagem oferecida pelo Jardim de Infância Putz Grilo Feliz.

7 de agosto de 2009

Exames em Massa


Felipe Massa sofreu o que a imprensa mundial chamou de aciente “bizarro”: dois traumatismos cranianos em série.
O primeiro deles, o que determinou sua evolução, duma imensa mola em alta velocidade contra seu crânio também em alta velocidade contrária.
Felizmente o dano foi apenas craniano (da caixa) e não cerebral.
Cirurgia simples, para quem é do ramo: trazer o osso temporal para o lugar original, evitando danos futuros.
Alta programada do hospital húngaro, fim de papo.
Se Felipe Massa fosse um indivíduo comum.
Ao voltar para o Brasil, o reinternam.
Mais exames.
Tudo bem, alta programada. E então?
Novos exames!
Na entrevista dada aqui: “Felipe fará exames de imagem, de sangue, EEG, etc. e aí sim terá alta”.
Pra que?
Massa é um sujeito altamente segurado (leia-se Ferrari, em letras garrafais vermelhas). Todo mundo tem que tirar sua casquinha. Num tratamento desta natureza, tirasse do bolso seu tratamento, bastaria uma ou duas ressonâncias, exames clínicos (ah! como isso está raro!) e mais nada.
A impressão que condutas desse tipo passam para a opinião pública (nós, né?) é a de que exames mil são necessários.
O que? Dosagem de colesterol (Massa é meio rechonchudo...)? Parasitológico de fezes (sei não, Massa come muito peixe, vai que um Diphyllobothrium latum...)? Sorológico anti-molas Renault?
E aí, quando o cidadão comum (nós, né?) precisamos de uma cirurgia deste ou outro tipo, está dada a fórmula (fórmula 1): exames mil são necessários (e aí de quem não os peça!).

Esta postagem foi um patrocínio da Escola Maternal “Caracu Cara-de-Pau”

4 de agosto de 2009

É Só Um Vírus, Gente (Mas Ninguém Parece Acreditar)


As cenas nos shopping centers das capitais sulistas neste último final de semana pareciam muito com as de filmes como “Eu Sou A Lenda” ou a fantástica abertura do “Vanilla Sky”.
Nem a presença do próprio Tom Cruise salvaria a desolação dos cenários: lojas vazias, com vendedores só para a gente. Que luxo! Só faltava darem as mercadorias de graça.
Me fez voltar aos meados dos anos 1980, quando juntamente com meus colegas de faculdade visitávamos os leitos dos primeiros pacientes portadores do até então desconhecido - mas igualmente midiático – vírus HIV.
Tremíamos tanto nas nossas bases que a própria fundação do hospital parecia tremer.
Nos perguntávamos se não seria perigoso passar da porta da enfermaria. E ao chegarmos em casa nos despíamos das roupas brancas na dúvida se não deveríamos mandar incinerá-las.
Tudo isso soa ridículo hoje, como muito do que se está fazendo hoje soará ridículo amanhã.
Um interessante paralelo nos foi apresentado pelo jornalista Sílio Boccanera no programa Sem Fronteiras (30/07), da rede Globonews:
“É como um visitante que se apavora diante da possibilidade de sofrer um assalto em cidades como o Rio de Janeiro ou São Paulo, enquanto os habitantes locais seguem sua vida rotineira, indiferentes às estatísticas que mostram a probabilidade maior de sofrer ataques de bandidos nas ruas”.
Segundo o epidemiologista americano da Universidade da Columbia Dickson Despommier, também falando a respeito do medo da gripe, a melhor definição de ser humano é: “somos a única espécie do planeta que passa mais da metade da vida se preocupando com coisas que nunca vão acontecer”.

Esta postagem foi um oferecimento da Escola Primária “Sítio do Fica Mal de Amarelo”