Procure por assunto (ex.: vacinas, febre, etc.) no ícone da "lupinha" no canto superior esquerdo

27 de novembro de 2009

Diga-me Com Quem Andas


Uma descoberta relativamente recente no campo da Neurociência ajuda a nos explicar muitos dos fenômenos que vemos no dia-a-dia:
● Por que as crianças desde que nascem já querem aprender o que os adultos fazem (e realmente aprendem sem fazer tanta força!)
● Por que, mesmo que não queiramos, nos emocionamos com certos filmes, novelas e até mesmo desenhos animados!
● Por que gostamos tanto de assistir a eventos esportivos
● Por que é tão difícil conviver com pessoas com depressão ou doença
● Por que ao assistirmos alguém chupando um limão salivamos e fazemos careta
● Por que, em suma, somos seres sociais
A explicação está num conjunto de neurônios espalhados pelo sistema nervoso chamado de neurônios-espelhos.
Experimentos feitos inicialmente com macacos mostraram que quando estes observavam humanos praticando os mesmos atos que eles já haviam praticado, áreas do córtex cerebral apresentavam exatamente a mesma resposta. Ou seja, basta observar a ação para que se sinta o que o outro sente, sem a necessidade de se vivê-la.
Pode parecer simples (e é), óbvio (e é), mas estes fenômenos agora estão sendo medidos, analisados para que se possa usá-los em certos tratamentos (apenas como um exemplo, na melhor compreensão de pessoas autistas, nos quais parece haver uma “falha” nestas regiões).

24 de novembro de 2009

Qual A Medida?


Quase verão no Brasil, você já preparando os maiôs, a prancha de surf, o baldinho... Já parou definitivamente de se preocupar com a gripe suína, não é mesmo?
Faz bem.
Mas na parte norte do planeta, a polêmica – ao contrário do clima – só faz esquentar.
Vacina? Não vacina? Quem vacina? Quem deve ser vacinado? Onde se faz a vacina? É segura, não é segura?
As perguntas estão aí (ou mais exatamente ).
As respostas não.
Principalmente porque no mundo atual (onde quase ninguém é exatamente bonzinho – alguma vez já se foi?) a vacinação envolve interesses comerciais enormes.
A vacina veio rapidamente como resposta ao clamor (e medo) mundial da epidemia (que nem se confirmou essa epidemia toda, em termos de mortalidade, ainda que tenha sido inegavelmente importante).
Mas... e os testes? Há alguém que possa afirmar (sem interesses escusos) sua eficácia, sua segurança?

20 de novembro de 2009

Trate ou Não Trate


Poucas coisas dão mais prazer ao médico do que “resolver” algum problema (afinal, em última instância, “é pra isso que ele é pago”!).
A questão é que muitos e muitos dos problemas pelos quais você (ou seu plano de saúde, ou o governo) paga são resolvíveis espontaneamente.
Só assim de cabeça, vou tentar lembrar alguns:
$ dores de uma forma geral (e, mais especificamente dores de cabeça, dores nas costas, muitos tipos de dor abdominal, etc.), dores ditas funcionais
$ alguns (senão muitos) tipos de arritmia cardíaca
$ refluxo gastro-esofágico
$ fimose
$ diarréia
$ verruga
$ gagueira
$ gripe
$ hepatite A
$ sinéquia vulvar
$ neurite vestibular
$ hordéolo
$ torcicolo
$ carotenemia
$ linfadenite
$ molusco contagioso
$ urticária
$ ciática
E por aí vai...

Como dizia Benjamin Franklin:
“Deus cura, o médico cobra honorário$”

17 de novembro de 2009

Mú!


Vegetarianismo radical.
A princípio, tudo que é radical, não deve ser muito bom.
Alguns pais, motivados por uma busca de vida mais saudável, transferem o seu radicalismo no evitar as carnes para seus filhos.
E, normalmente, nem querem ouvir argumentos contrários.
O consumo de carnes em excesso (típico da alimentação chamada ocidental) tem os seus problemas. E até sérios, eu diria. Como a participação em alguns tipos de câncer, notadamente do aparelho digestivo, e a provável associação com afecções cardiovasculares.
Mas um pouco de carne só deve fazer bem. Excelente fonte protéica, de ferro (carne vermelha é de longe a melhor fonte de ferro alimentar, pois é altamente absorvível), além de outros benefícios secundários como a preservação da função mastigatória (biscoitos quase não necessitam de dentes).
Façamos então como Thomas Jefferson que, embora fosse chegadinho num vinho pouco mais do que devia, viveu até os 83 anos numa época de poucos recursos médicos: considere as carnes mais como um tempero do que um alimento e seja feliz!

13 de novembro de 2009

Hitler Tinha Razão?


Conta-se (quando a história começa por “conta-se” é porque não se sabe a fonte ou é mesmo apócrifa, mas vamos lá) que Hitler não permitia que seus comandados usassem óculos. Decretava que o erro de refração era “psicológico”.
A coisa pode não chegar a tanto, mas o fato é que até hoje (ou até recentemente) o oftalmologista, ao diagnosticar a miopia, prescrevia lentes corretivas e fim de papo.
Novos estudos (brilhantemente resumidos na revista New Scientist) mostram novidades nas causas e futuros tratamentos.
Em relação às causas, há evidências de que a vida nas cidades (com paisagens de curtas distâncias) é péssima para os olhos em formação das crianças. Aparentemente precisamos de amplidão de campo visual para que nossos olhos se desenvolvam corretamente. Por isto a “epidemia” de miopia vista nas últimas gerações (a alimentação, no entanto, também parece ter importância).
Quanto ao tratamento, parece que temos andando em caminho contrário esse tempo todo. Também o busílis da visão periférica (quando penso em visão periférica, sempre lembro da famosa jogada do Pelé na copa de 70, quando ele percebeu a vinda do Carlos Alberto pelas costas para matar a Itália).
Ao se usar óculos ou lentes de contato, corrige-se sem querer também a parte periférica da visão, o que seria contraproducente para a visão central (o olho do míope, já alongado no sentido ântero-posterior, seria induzido a se alongar ainda mais, pois precisaria duma visão periférica “míope”, não-corrigida) agravando a miopia.
Novos tratamentos estão sendo desenvolvidos, como por exemplo, lentes de correção apenas para a visão central, com resultados mais promissores.

Obs.: eu mesmo escrevi aqui, não faz muito tempo, sobre as possíveis causas da miopia. Já está meio desatualizado, pois a ciência corre, não anda.

10 de novembro de 2009

Filhos de Peixe


Tem muita mãe que matricula seu filho na natação imaginando que seu filho vai emergir das águas da piscina um Michael Phelps ou um Gustavo Borges, fisicamente falando.
Atividades físicas não têm esse poder transformador todo.
Esquecem-se estas mães que tipos físicos prévios à prática (além de treinamento e jeito pra coisa, lógico) é que determinam quem serão os expoentes do esporte e não o contrário.
Nadadores de ponta são recrutados entre os altos (de preferência com envergadura – medida dos braços abertos - maior do que a altura, como é o caso do Phelps), fortes (e fortalecidos em pesadas sessões de academia) e persistentes.
Jogadores de vôlei não crescem de tanto tentar ultrapassar a rede. Jóqueis não diminuem ao passarem dias em cima dos cavalos.
Posso tentar a vida toda. Mas dificilmente um branquela como eu vai ficar bronzeado como o Michael Jordan jogando basquete.

6 de novembro de 2009

Já Dizia Darwin


Quem imagina que a seleção natural está há milênios por aí para nos tornar mais bonitos, se engana redondamente (ainda que a beleza seja um conceito fundamentalmente social).
Já se imagina que o homem do futuro deverá ser careca e desdentado (fico feliz de estar evoluindo), pois cabelos e pêlos daqui para frente mais atrapalharão do que ajudarão.
Um estudo complicadinho recente notou já no espaço de três gerações outra transformação evolutiva, aqui na alçada feminina.
Mulheres do futuro tenderão a ser mais baixinhas e fofinhas. Não como mudança cultural (que também está acontecendo na mesma direção, apenas que em velocidade muito maior), mas como traço passado geneticamente.
O que a evolução sempre busca é a manutenção da espécie. E as magérrimas podem até ser consideradas mais bonitas, mas são mais “fracas reprodutivamente”, se prestam menos a gerar filhos.
Fofinhas:
Chega de brigar com a evolução!

3 de novembro de 2009

Donos de Casa


Deu no jornal inglês The Guardian recentemente:
Mesmo quando os pais de filhos pequenos poderiam ficar mais tempo em casa (sendo “donos de casa”, no sentido de participarem mais das atividades domésticas e dos cuidados dos filhos, delegando mais tempo de trabalho fora de casa para as mulheres), a maioria provavelmente optaria por não fazê-lo.
Entre outras dificuldades apontadas está a atávica questão do modelo.
Pais são homens. Homens historicamente sempre tiveram maior distanciamento dos filhos e, consequentemente, maior poder. Dão a última e definitiva palavra.
Não discutem sobre a escola com outros pais enquanto esperam seus filhos brincarem no parque em plena luz do dia, no meio da semana. Não trocam fraldas. Não escolhem roupinhas.
E, principalmente, não teriam o apoio da sociedade – cada vez menos machista – em relação à famosa dupla jornada.