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26 de fevereiro de 2010

Bob


A comparação do cérebro a uma esponja vale muito no aspecto fisiológico, de funcionamento – absorve tudo (não muito no aspecto anatômico, exceto no mal da vaca louca, onde o cérebro desenvolve cavidades semelhantes àquela, a encefalite espongiforme, literalmente encéfalo em “forma de esponja”).
Por que dizer isso?
Por causa de experimento recente em que se dividiu dois grupos de pessoas, os “dormidores da tarde” e os que se mantinham acordados. Ambos os grupos participavam de testes em que o cérebro era exigido em memória, concentração e raciocínio.
Os “dormidores”, como era de se esperar, se saíam muito melhor nos testes, o que sugere que cérebros submetidos a períodos de repouso funcionam melhor.
Grande novidade, dirá você.
Mas com importantes implicações, replicarei eu, pelo excesso de estímulos a que submetemos nossos cérebros nos dias atuais.
É internet, ipod, televisão, FM, jornal, revista...
Esgota o pobrezinho!
Por isso há tanta gente jovem que acha que está “recebendo a visita do alemão” (Alzheimer), por esquecer fatos e dados importantes. A grande maioria está apenas estafada de tantos fatos e dados, que imaginam serem importantes.

23 de fevereiro de 2010

Dum Furo a Outro


Você sabe que cientista sai medindo tudo, não é mesmo?
Então. Uma das medidas mais escondidinhas do nosso organismo é a distância que vai do ânus até a vagina nas meninas ou do ânus até a bolsa escrotal nos meninos (distância anogenital).
E serve pra que essa medida estranha, hein?
Há polêmica. Mas pesquisas com outros animais sugerem que nos “meninos” quanto menor essa prudente distância ao nascimento, maior a exposição da gestante a substâncias anti-androgênicas (substâncias que atuam contra a formação intra-uterina de um feto do sexo masculino normal, na anatomia e/ou na função).
É o que tem denunciado nos últimos anos a pesquisadora americana Shanna (apenas uma coincidência!) Swan. Segundo ela, a intensa exposição pessoal e ambiental aos ftalatos (compostos químicos largamente utilizados no plástico industrial, presentes desde produtos de higiene e beleza até cápsulas de medicamentos) tem provocado alterações na capacidade reprodutiva humana.
A Europa já tem proibido o uso do ftalato. Os Estados Unidos, ao que parece, seguirão pelo mesmo caminho. Nós? Nós, pelo jeito estamos esperando o trem passar...
(Obs.: estudo recente apresentou a hipótese de que a ginecomastia – aquele aumento incômodo das glândulas mamárias no adolescente do sexo masculino, possa estar relacionada à exposição ao ftalato).

19 de fevereiro de 2010

Bandeira Branca, Amor *


Carnaval acabou.
E você, já tirou a máscara?
Do Carnaval, certamente já.
Mas lembra da outra máscara? Aquela, da gripe A. Lembra da gripe A?
Aquela gripe de máscaras na rua, lembra? De álcool gel, lembra de álcool gel? E do Tamiflu, lembra? Da vacina, que nunca chegava – e que nunca chegou mesmo. Bem como aquele estrago todo que estava programado, lembra?
Bom, estamos nos rescaldos caudalosos do verão, ainda.
Mas, espere!
Novo inverno vem aí.
E com ele, a história recomeça: máscaras, álcool gel (tem reparado, como as maquininhas estão encostadinhas, coitadas, nos restaurantes, shoppings, hotéis e etc.?), Tamiflus, Tamiflas, Tamibotafogos, e etc.
Você, quando vai repor a máscara? Quando vai recomeçar a se preocupar, a perder o sono? Quantos telejornais vão te fazer deixar de ir às ruas, aos shoppings, te fazer fugir do espirro alheio como o diabo da cruz?
Pois é.
Seres humanos.
Impressionáveis.
Mesmo quando não precisa...

(* eu sempre entregando a idade, agora com essa marchinha baixo astral dos Carnavais passados – e põe passado nisso!)

16 de fevereiro de 2010

Na Sapecaí


Muitas futuras mães são ignorantes do fato.
E só ao chegarem às salas de partos de todo o Brasil percebem a transformação de seus órgãos genitais estrebuchados – como uma fogueira num Luau - no centro de um espetáculo público.
Obstetra, enfermeira, pediatra, técnico de enfermagem, circulante, pai, máquina fotográfica e filmadora. Todos com ingresso garantido nos camarotes, dando aquela força no nascimento do bebê (quase sempre inibindo quem realmente tem que fazer força).
O parto domiciliar tem opositores ferrenhos. Eu mesmo particularmente não gosto da idéia do acesso demorado aos suportes vitais, do comando da sogra, do Bidú atrapalhando o trânsito de compressas e recém-nascidos.
Mas a hospitalização do nascimento se não faz exatamente mal, é ao menos desagradável para a (pelo menos até a chegada do pimpolho) protagonista do espetáculo.

12 de fevereiro de 2010

Carnaval = Sexo?


Entra ano e sai ano, entra ano e sai ano, entra e sai, entra e sai...
De novo no Carnaval, parece que o pessoal só pensa naquilo.
Pensa muito, é verdade. E é natural que pense. Mas também pensa em outras formas de diversão.
Além disso, parece para o Ministério de Saúde que no resto do ano não pensa.
É melhor fazer campanha intensiva no Carnaval do que deixar a moçada (e a velharada) transar despreocupadamente, mas fica uma baixação de astral essas lembranças todas de “com isso pega, com aquilo não pega e etc.” nos leques distribuídos juntamente com a camisinha nessa época...
Paciência, fazer o que? Parece que não há melhor opção. Agora...
Será que o Kama Sutra completo do leque catarinense já não é um exagero?


Sem Tempo

O cabeleireiro, ao ver a loura chegando, oferece:
- E aí, querida, vai uma escova inteligente?
- Hoje não. Vou numa burra mesmo, que eu tô cum pouco de pressa...

9 de fevereiro de 2010

Fôssemos Sapos...


... não teríamos grandes problemas com a variação na temperatura ambiente.
Um sapo sente-se muito confortável tanto dentro duma banheira de água gelada quanto numa sauna a 40 º C (pode levá-lo à sauna do seu clube da próxima vez para comprovar o fato).
Nós não.
Excesso de calor ou excesso de frio nos fazem mal de várias formas.
Excessos estressam o organismo, causando desde pequenos danos (fadiga, pequenas alterações na pressão arterial, variação no apetite, etc.) até males maiores (predisposição a infecções, danos cardíacos, etc.).
Por isso, quando em épocas como essa, de derreter palito de picolé, podemos poupar nosso organismo desse stress todo, devemos fazê-lo sem pestanejar.
É muito comum que pais das crianças olhem torto para o ar condicionado do meu consultório quando ele está ligado:
- E o choque térmico, doutor?
Nas suas crenças, uma criança exposta a um ar- condicionado durante uma hora, ao sair para uma temperatura externa diferente, terá problemas de saúde (o tal “choque térmico”).
Bobagem.
Tanto do calor para o frio quanto vice-versa, aquele período em que o organismo teve folga da temperatura externa estressante serve como um “bálsamo orgânico”, com relaxamento (e poupança) dos mecanismos de compensação corporais, não devendo ser imputado como causador de doenças. Pelo contrário.
Quando, no entanto, doenças acontecem (certamente por outras causas), aparecem os “Sherlock Holmes de ocasião” para culparem o inocente mordomo.

5 de fevereiro de 2010

Bola de Cristal


“Posso ver aqui pelo seu exame de sangue uma pequena infecção, localizada no terço médio da sua orelha esquerda. Há ainda um indício de uma sinusite e uma tumoração ao nível da 4ª. vértebra torácica – tuberculosa, se não me engano. Posso notar também que o vinho que você tomou ontem à noite – bacalhau a Gomes de Sá era o prato principal? – não era de boa safra, 1987, seus glóbulos vermelhos me indicaram. Essa celulazinha aqui mostra a presença de mau-hálito, periodontite mal-curada, consulte seu dentista a respeito.
Ah, e... chulé!”

Parece exagero?
Mas é mais ou menos o que muitos pais desinformados esperam do “exame de sangue”.
Quando pais insistem para que os médicos solicitem exame de sangue – moda, atualmente - estão quase sempre esperando um pedido de hemograma (ou seria uma dosagem de α-1-glicoproteína ácida?).
E hemograma informa muito (mas muito!) menos do que os pais imaginam, principalmente em crianças saudáveis e sorridentes.
Então, o que se pode ver num hemograma:
◦ anemia (anemia tem diagnóstico clínico, ao exame físico, e com freqüência é diagnosticada erroneamente em crianças, pois os valores são diferentes dos adultos).
◦ infecção (de novo, como adjuvante do exame clínico e da história de doença do paciente)
E muito pouca coisa a mais! (pode-se ver indícios – apenas indícios quase sempre - de alergia, doenças inflamatórias, alguns tipos de câncer e/ou problemas nutricionais).
O que não se pode ver num hemograma:
◦ se a saúde – de uma forma geral – vai bem
◦ se há alguma deficiência nutricional
◦ não se pode prever doença com hemograma
E, principalmente, tem muito menos valor do que um bom exame clínico do médico que acompanha o paciente!
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2 de fevereiro de 2010

Marcado


Olha, vou confessar mais uma das minhas fraquezas (ainda que isso possa não interessar muito): tenho a maior dificuldade para lembrar nomes.
Aliás, não somente nomes. Dificilmente gravo quem é filho de quem, quem é marido de quem, quem é amante de quem, quem mora aonde, etc.
Acho que o verdadeiro motivo é a quase absoluta falta de interesse. Não no mau sentido. É mais porque a princípio todos são igualmente bem-vindos, venham de onde vierem, sejam filhos ou primos de quem forem. E também uma coisa de ser discreto. Que nem banco suíço: pouco importa de onde vem o dinheiro, importante é que ele venha, não é mesmo?
Por esse motivo, me incomoda um pouco aquela velha história do:
-Dr., aqui quem fala é a mãe do Lucas.
Minha pergunta natural seria:
-Qual dos 458?
-Aquele que o Sr. atendeu em dezembro do ano passado, lembra?
-Ah, tá, agora a dúvida já se reduziu pra uns 255 mais ou menos!
Claro que a convivência estreita laços. Lá pela 56ª. consulta já nem preciso perguntar mais nada (embora ainda faça alguma confusão de apóstolos).
Por isso, pai ou mãe, se você quer que o seu filho(a) seja lembrado(a) mais facilmente por aquele (este) pediatra desmemoriado, siga a dica: dê ao seu filho(a) um nome marcante.
Maicou Djéquison, por exemplo.
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