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31 de dezembro de 2010

Éks


Mãe:

Escrevo para avisar que neste ano talvez não vá poder passar o réveillon com a senhora.
Motivo?
Adivinha. Essa porcaria de metrô Curitiba-Paris, sempre com passagens se esgotando pra quem deixa pra última hora.
E por que deixamos pra última hora?
Ora, de novo por conta da Nandinha, que fez cocô no seu tradutor. E você sabe, tradutor borrado troca todo o significado das palavras. Agora teremos que passar dois dias inteiros a base de “Gu-gú, da-dá”, mesmo. Imagina isso numa viagem, que inferno?
Mas não se preocupe: mandaremos um X (éks) para você na hora da virada. Se o gosto estiver um pouco ácido, cobre da Recycle Inc., que anda cometendo sérios erros no teletransporte de materiais que contenham quaisquer traços de estanho.
Ah, seus 23 genros (são 23 agora, me separei do Giba e me casei com o LL e com o Pedroca da oxigenaria da esquina, numa cerimônia linda) mandam lembrança.
Narizes, e

Feliz 3011 !

28 de dezembro de 2010

Entressafra de Presentes e Ovos


Papai Noel acaba de se retirar da chaminé e a sua pequena criatura aí do lado já começa a desobedecer, a ter crises de “meu-mundo-e-nada-mais”, a mexer no controle remoto da sua LCD PIP surround superwoofer, a se recusar a escovar mesmo os dentes incisivos (que são os que irão importar para conseguir um bom emprego no futuro), a querer dormir às 4 da manhã, a voltar a usar chupeta e meia com brilho dos tempos do Dancing Days, a não observar as leis de Murphy, a não apertar a descarga do penico, não é mesmo?
E agora, bom velhinho só no ano que vem e coelhinho ainda longe, é apenas com vocês, pais e mães cheios de decisão e força de vontade para colocar ordem na casa, pra voltar pros trilhos sem ajuda de mitos e lendas, pra mostrar de verdade quem é que manda?
Pois é! Tempos difíceis esses de entressafra de presentes e ovos, quando o que vale é uma boa conversa séria, um olho no olho, uma mão no popô (ôpa! – estou ouvindo a sirene do Conselho Tutelar?), uma coragem de – quando apenas amor não é suficiente - não dar nada ou deixar de castigo.

24 de dezembro de 2010

Saco


Olha, me enchi dessa história de Natal – em dezembro.
Aqui em casa é dia 26 de outubro.
Lojas vazias, pinheirinho em conta, papais Noel suplicando emprego.
Nessa época, ainda é possível ouvir as músicas natalinas só em casa, sem crise de enxaqueca.
É mais fácil trocar a camiseta GG que você ganhou porque te acharam gordo. Além disso, por falar em gordo, dá pra fazer dieta entre o peru e o tender.
Já não se acha mais neve, mas é menos improvável que no final do ano.
Só espero que você não me imite. Fiquem aí, você e todo mundo, com essa sua datazinha-padrão, esperando aprovações do cartão de débito, em rodoviárias e aeroportos empilhados com parentes dos outros.
Não vem me inflacionar o meu Natal não, hein?

21 de dezembro de 2010

Fim de Ano, Amenidades


Como no final de ano ninguém mais lembra de mim (falo enquanto blog, não enquanto pessoa - embora enquanto pessoa seja a mesma coisa), é hora de trazer para estas páginas um pouco de amenidade:

Para lembrar de uma pequena paciente consultada no Posto de Saúde (hoje com o pomposo nome de Núcleo Materno Infantil) que, imediatamente após adentrar ao consultório e perceber a figura patética do pediatra instalado na sua cadeira, faz cara de limão azedo, vira o rosto para a parede numa manifestação de evidente desgosto, retira a chupeta da boca (chupeta daquelas duras, de acrílico ou de plástico duro, sei lá) e... pá! Direto na cabeça do desprevenido. Pontaria perfeita!
Não doeu nada. E foi engraçadinho. Ainda que eu tivesse que ter desaprovado o ato agressivo da “moça”.
No final da consulta, ela ainda puxou uma mini-piranha dos cabelinhos desgrenhados e tentou de novo.
Mas aí errou feio.

É só.

17 de dezembro de 2010

O Mil Por Um Milhão


Por que a gente é assim?
(Parece o Cazuza, né?)
Do que estou falando? Da nossa tendência a querer novidade, de achar que o que é novo é melhor.
Está difícil ir contra esta corrente, principalmente em tempos de pressão comercial, de patrocínio de tudo o que lemos e ouvimos por aí.
De novo, do que estou falando?
Mais especificamente dos novos medicamentos chamados biológicos.
Cuidado com eles!
Não são bons?
Não é bem isso.
São um acréscimo no chamado arsenal terapêutico.
O problema é que laboratórios têm se associado escandalosamente aos centros universitários – que são quem em última análise ditam comportamentos terapêuticos – para empurrar este tipo de tratamento (excepcionalmente mais caros e perigosamente associados a efeitos colaterais mais raros e severos) a pacientes que provavelmente se beneficiariam igualmente de remédios mais velhinhos e mais conhecidos (e muito mais baratos).
E daí fica aquela coisa perversa do médico que não os prescreve estar “desatualizado”, “fora de moda”, quando pode estar apenas pensando no benefício e no bolso dos seus pacientes e do sistema de saúde.
Mas...
Quem acredita nisso?

14 de dezembro de 2010

Escola Viral Germezinho Feliz


Precisávamos de um estudo para isso?
Não, mas foi feito.
É o que a gente sempre diz para os pais angustiados com as infecções (banais na maioria dos casos) dos seus filhos em creches:
A desvantagem de agora vai se transformar na vantagem de amanhã.
Quem cai na creche cedo na vida paga um preço relativamente alto de infecções pelo contato freqüente com vírus e bactérias dos outros (a incidência das viroses pode aumentar em até 10 vezes).
Mas quando chegam à escola, já estão justamente “escolados” em termos de sistema imunológico e, na comparação dos que entram mais tarde, vão sofrer muito menos.

10 de dezembro de 2010

Não Saia Sem Proteção


Fim de ano de novo, praia, sol, guarda-sol, areia, baldinho...
E aí, pais perguntando qual é a melhor proteção para a pele dos seus pequenos filhos.
E quando são realmente pequenos (os filhos), a resposta deve ser:
Casa. Telhado. Sombra e água fresca!
Proteção física, em suma.
Quem tem criança muito pequena deveria fazer férias de fim de ano em Teresópolis, em Londres, em qualquer lugar pouco ensolarado.
Sem praia, sol, guarda-sol, areia ou baldinho.
E em momentos de exposição solar inevitável (onde a roupa não cobre), aí sim, um pouco de proteção solar química (FPS em torno de 15 a 20 é suficiente – proteção pesada demais não protege a mais, é mais caro e carregado de “química”).

7 de dezembro de 2010

Cacetadas


Flávio Gikovate é um dos caras.
Tem aquela perigosa expressão de quem sabe tudo justamente por querer passar a impressão de quem não sabe lá grande coisa.
E é hiper-exposto na mídia (até novela anda fazendo). Ainda assim passa muita clareza no que escreve e fala.
Reafirmou em recente entrevista que a humanidade não deve ter volta no caminho do individualismo e da tecnologia e que isso não é necessariamente ruim, a partir do momento em que o ser humano souber se utilizar de ambos.
O problema é que até agora não aprendeu, e vai tomar muita cacetada até aprender.
Uso crescente de drogas as mais variadas, abuso de antidepressivos, ansiolíticos e álcool são alguns flagrantes indícios de que o ser humano encontra-se perdido.
(Muita gente nessa hora apita: religião! – deixemo-los de lado nas suas crentes certezas, mais uma espécie de droga, segundo alguns).
O tempo ensina. Há e haverá mortos e feridos. O preço é alto (e se o preço é alto, há muita gente que lucra).
Mas a humanidade aprenderá. Ah, se aprenderá!...

3 de dezembro de 2010

O Incerto Vir A Ser


Um dos perigosos subprodutos da vida moderna é essa história de tratar fetos, embriões (e daqui a pouco óvulos e espermatozóides?) como se fossem gente (com “gente” quero dizer gente pronta, nascida, vinda ao mundo, com selo de garantia e tudo o mais que têm direito)!
Uma das últimas modinhas esquisitas é o aplicativo para iPhone chamado Baby Bump, sucesso garantido para a próxima década que informa aos parentes, amigos e outros possíveis interessados do passo-a-passo do futuro bebê, desde o momento... da concepção (ou quase).
Mas, espera!
Essa gravidez vai mesmo vingar?
Todo mundo precisa tanto assim estar a par de sangramentos do primeiro trimestre, exames pré-natais, circunferências, diâmetros, tamanhos uterinos e etc.?
Não é melhor ir devagar com o andor (até porque embora não seja de barro, o futuro herdeiro pode não ser esse santinho todo que tanto se espera)?
Gravidezes estão ficando mais populares porque – pelo menos nas classes mais altas, as que se utilizam desses gadgets todos – estão se tornando mais raras, basta olhar o número de filhos de nossos avós.
Mas continuam sendo eventos incertos.
Obstetras têm histórias tristes de expectativas frustradas para contar.
Portanto, melhor seria dar novidades do pimpolho pronto, e não do projeto.