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28 de janeiro de 2011

Na Conta do Chá


De novo, vou entregar o milagre, mas vou esconder o santo.
Há algum tempo atrás, a aflita mãe de um pré-adolescente obeso reclamou:
“Eu não entendo, meu filho faz tudo direitinho, nos conformes, nos últimos meses. E essa massa corpórea (IMC) dele só faz subir! Isso não é como uma conta de luz ou de água? O total de consumo do mês não tinha que fechar sempre igual?”
A indignação é válida, a presunção não.
Alguns “poréns” como resposta a esta aflição, comum a muitos obesos:
Em primeiro lugar, gente não é matemática! Há tantas variáveis envolvidas no ganhar mais ou menos peso!
Dentre outras, a sinceridade, por exemplo. Há muitos que se auto-enganam no quanto comem, no quanto se exercitam, na intensidade com a qual se exercitam. Imaginam quando se trata de contar para os outros!
Outra questão que dificilmente se compreende é que escolares, pré-adolescentes e adolescentes têm todos uma curva ascendente de ganho de peso mesmo! Então, às vezes, ganhar menos peso (ou menos massa corpórea) já pode ser um avanço quando se está fazendo algo para isso.
Outro detalhe: ganhar peso tem muito (mas muito!) de genético.
Contas de água e de luz, que eu saiba, não têm nada a ver com DNA (ou será que DNA significa Departamento Nacional de Água?).
Hay que mantenerse firme, duela lo que duela (como já dizia um nosso ex-presidente)! E lembrar de que pouco é melhor que coisa alguma.

25 de janeiro de 2011

À Procura de Quê?


Não é da minha área, e talvez já seja de conhecimento de muita gente, mas ainda assim fiquei besta de saber:

Dois terços de todas as mulheres americanas que sofreram histerectomia (retirada cirúrgica do útero) continuam fazendo exame de Papanicolau, exame que, como se sabe, serve para prevenir câncer do colo uterino através de qual cirurgia (nos casos mais sérios)? Histerectomia!
Isso mesmo: uma prevenção de algo que já aconteceu!
- Ah, tudo bem, são poucas pessoas...
São somente 12 milhões de pacientes, segundo informa um artigo do JAMA (Journal of American Medical Association).
Doze milhões de exames inúteis! Feitos por quê?
Sabe-se lá!
Provavelmente porque os médicos pedem automaticamente. As pacientes, também, continuam indo automaticamente fazer os exames.
E ninguém para dar um pequeno, pequeníssimo aviso após suas cirurgias:
- Sabe aquele exame, o Papanicolau? Não precisa mais fazer!

20 de janeiro de 2011

Propaganda-Praga


Sabe uma das coisas que me dá mais nos nervos?
É propaganda-praga!
Como essa de um tal sabonetinho “anti-germes” (de novo faço a pergunta: para que serviam os sabonetes “não-anti-germes”?) que diz mais ou menos assim:

Seu filho que anda pela casa pegando germes de todo tipo corre o risco de ter infecções. Com o novo sabonete...”

Ora, vá lamber sabonete!

Pior que isso pra me irritar, só anúncio-comemoração de semi-analfabetismo, no caso dos filmes:

Agora (pra você que não sabe ler ou que morre de preguiça*) no canal ... filmes totalmente dublados!”

Êba!!

(*entrelinha, claro!)

18 de janeiro de 2011

Fora de Hora


Acabo de assistir a tão anunciada entrevista da apresentadora Oprah no canal CNN (Oprah, para quem não conhece, é a “Hebe do mundo”, apenas que com Q.I., e está iniciando uma rede de televisão somente dela).
O que mais me chamou atenção foi o que disse sobre sua gravidez indesejada aos 14 anos de idade (alguém realmente deseja uma gravidez aos 14 anos?):
Quando retornou do hospital em que seu filho recém-nascido faleceu, pensou:
“Estou tendo uma segunda chance na vida”.
Não estava falando da vida perdida do seu filho, mas da sua. E foi nessa, que a partir dali, ela foi crescendo em importância no mundo da política estudantil e da mídia (bem como financeiramente – Oprah é bilionária, mas não tem pena de entregar muito do seu dinheiro a instituições destinadas a mudar a vida de outras moças na sua antiga condição de pobre e negra).
Enormes proporções bem guardadas, é o que pensamos ao ver adolescentes (ou mesmo crianças) andando pelos corredores das nossas maternidades com filhotes nas mãos: muitas das opções de vida dessas jovens mães acabaram ali.
É o que é pior: muitas nem chegam a se dar conta!

14 de janeiro de 2011

It's All About Money


Associando duas análises recentes da economia americana, a gente pode entender porque eles – por mais que queiram muito – não vão sair do ciclo crescente da obesidade.
Uma delas é o livro “Fim dos Empregos”, análise do economista Jeremy Rifkin, que mostra a espiral descendente do emprego e renda com a tomada do poder da automação e da informatização. O americano – como o resto do mundo – está ficando mais pobre, e rapidamente. Por isso escolhe alimentos de pior qualidade, por ser muito mais barato.
A outra é o filme “Food Inc.” (há mais de 1 ano aguardando aterrissagem por aqui), baseado no livro “O Dilema do Onívoro” do jornalista Michael Polan, que mostra o inferno nutricional da monocultura do milho (com a soja num honroso 2º. lugar). Milho – mostra o filme – é a base de tudo que se come nos E.U.A. (e nós estamos tentando copiar), desde temperos como ketchup, refrigerantes, até a ração animal (que deveria ser mato, se o gado fosse criado solto).
E tanto na situação econômica quanto na situação agrícola (que de fato é também econômica) há pouca chance de volta.
Não vai haver academia, aparelhinhos de ginástica, livros de dieta ou o que seja que vai fazer essa turma emagrecer.

11 de janeiro de 2011

Angelina Jolie em Um Minuto*


Um grande grupo de imunologistas americanos se reuniu por quase dois anos para elaborar recomendações sobre alergia alimentar.
São perto de 200 páginas com letras microscópicas, mas para que você não fique cansado, quero reforçar algumas das orientações:
◊ alergia alimentar com algum risco é menos comum do que se costuma pensar
◊ anafilaxia (sintomas alérgicos com risco de morte), muito mais raro ainda, mas deve-se ficar alerta para sintomas intensos (inchaços, alterações na pressão arterial, palidez, vômitos, etc.) após consumo de alimentos com “fama” de provocar alergias (ex.: leite, ovos, amendoins, frutos do mar, etc.)
◊ muitos dos sintomas imputados à alergia são, na verdade, sintomas de produtos químicos dos próprios alimentos (sem grande perigo) ou reações neurológicas normais (como aos alimentos muito quentes ou muito temperados)
◊ exames têm pouca importância na maioria dos casos
◊ na dúvida, não se deve restringir alimentos, pois os riscos nutricionais ultrapassam os perigos
Como último detalhe, a questão da adrenalina. Experts recomendam fortemente a possessão de adrenalina pelo alérgico (que salva vidas), coisa que nos Estados Unidos existe. Aqui...

(*ainda que os lábios se pareçam com os da famosa atriz, recomenda-se não tentar isso em casa!)


7 de janeiro de 2011

Grande Passo?


Vamos começar com a notícia assim (que pode muito bem ser verdade):

Cientistas descobrem que existe um pequeno número de células com características de células cancerosas no sangue de pessoas saudáveis”.

Mas a notícia científica que mais empolgou a mídia na semana foi:

Cientistas criam um método para descobrir células cancerosas no sangue, com a precisão de 1 para 1 milhão de células normais”.

Bom? Provavelmente. Mas vê o perigo?
Se eu hoje estou saudável (aparentemente, porque o conceito de saúde do laboratório não é o mesmo que o conceito clínico, que é diferente do conceito anátomo-patológico) e faço um exame com essa precisão, com essa capacidade de previsão toda, será que meu futuro câncer não vai ser diagnosticado (e tratado) um pouco cedo demais?
A resposta da maioria é:
“Não, quanto antes descobrir e tratar, melhor!”.
De novo, será?
A descoberta de uma doença grave gera conseqüências emocionais algumas vezes graves, gera tratamentos com possibilidades grandes de efeitos colaterais (alguns também graves), gera despesa.
E daí, se a doença for menos séria do que parece (como muitas vezes é), valeu a pena todo o sofrimento precoce (precoce em quantos anos com este método?).
E mais: há uma quantidade de células cancerosas que o organismo dá conta de “se livrar” sem que se torne doença (câncer).
Tem gente que morre da doença. Mas tem gente que morre do tratamento!
Não estou sendo maluco de ir contra diagnósticos e tratamentos (é nisso que eu trabalho).
Sou só contra o “quanto mais, melhor” enganoso de hospitais, médicos, laboratórios e indústrias farmacêuticas.
Fique atento. Se informe. E, sobretudo, desconfie!

4 de janeiro de 2011

Aposte no Inseto


Você, como milhões de pessoas, está na praia com seu pimpolho e de repente ele aparece tomado de lesões de pele tipo bolhinhas?
Nessa época do ano, aposte no inseto como causa.
Não só as próprias picadas causam lesões bolhosas, mas também o prurigo, uma forma de reação alérgica (mais propriamente uma reação imunológica tipo antígeno-anticorpo) que enche o corpo de pipocas extremamente pruriginosas.
Curiosamente, às vezes basta uma picada de inseto para criar centenas de pequenas bolhas pelo corpo todo, o que dificulta a aceitação do inseto como sendo o causador inicial.

Não assisti a posse da Dilma (a famosa “Zz Zz... Posse”, pela abundância dos discursos sonolentos). Acho que prefiro senti-la entrando devagarinho do que duma vez só. Talvez vá ser menos doloroso...