Procure por assunto (ex.: vacinas, febre, etc.) no ícone da "lupinha" no canto superior esquerdo

28 de junho de 2011

Exercício Previne Câncer?



Sabe aquele funcionário exímio trabalhador, que não consegue ficar parado?
Assim acontece com a molécula da insulina, que nosso organismo produz em resposta às refeições (produz mais quanto maior a refeição, em termos de calorias totais – diferente do que se acredita, mais do que em relação apenas aos carboidratos, aos açúcares).
A insulina é um hormônio anabolizante por natureza. Anabolizante significa estimulante de crescimento e/ou multiplicação celular.
E aí, o busílis: quando nos exercitamos, estimulamos nossos músculos a captar energia dos alimentos. Resultado: crescimento muscular (até um certo limite, sem uso de outros anabolizantes hormonais).
Quando não nos mexemos ou nos mexemos muito pouco, nossa insulina ainda assim quer “trabalhar”. Só que então estimulando o crescimento e desenvolvimento do tecido gorduroso, de depósito (os “pneuzinhos”).
E o pior: câncer também significa crescimento celular, apenas que de forma desordenada, fora de controle. Cânceres, como todo resultado de crescimento celular, também são estimulados pela insulina.
Por isso, pessoas que por hábito se alimentam com excesso de calorias (obesas ou não) têm no longo prazo maior chance de desenvolverem vários tipos de câncer, por excesso de insulina produzida.
(Curiosamente anoréticos podem morrer de várias complicações de saúde, mas são fracos candidatos a morrerem de câncer – exceto se já os possuíam antes de se tornarem anoréticos).



24 de junho de 2011

Fleuma Musical - Professora de Monterrey

Daqui pra frente o termo “professora de Monterrey” (a professora mexicana que distraiu cantando para seus alunos que se protegiam de um pesado tiroteio nas vizinhanças da sua escola) pode ser usado como uma metáfora.
Uma metáfora da nossa inata capacidade de cantar aqui dentro enquanto o pau come lá fora.
Um exemplo de que é possível não perder a cabeça mesmo em momentos inimaginavelmente difíceis.
E a emocionante (tão emocionante que chega a parecer falsa) prova de que crianças indefesas costumam inspirar atos heróicos do dia-a-dia.

21 de junho de 2011

Mau Gosto Saudável - Açúcar na Dieta de Crianças Pequenas


"Isto deve fazer bem pra saúde, pois o gosto é horroroso!”.

Em termos evolutivos, gostar de coisas piores para a saúde é correto.
Quando se oferece a um bebê um alimento açucarado ou feito com farinha, é “natural” que ele goste, pois através do gosto seu organismo não apresenta nenhuma rejeição atávica (passada como informação genética de geração em geração).
Já alimentos com gostos ácidos ou azedos (alimentos mais saudáveis, em geral) induzem uma natural resposta de repulsa, visto que muita coisa ácida ou azeda presente na natureza (e com risco de ser ingerida por “bebês do passado”, sem os cuidados dos bebês modernos) era veneno, na real acepção da palavra!
Bebês das cavernas podiam comer um pepino que encontrassem perdido pelo caminho. Tornar-se-iam um pouco mais saudáveis...
Mas se topassem com uma Dieffenbachia seguine (a famosa “comigo-ninguém-pode”) ou com uma Nicotiana glauca (o “charuto-do-rei”, confundida com a couve), por exemplo, babau! Comiam Cymbopogon citratus (capim) pela raiz. Abotoavam o paletozinho de Cupressus sempervirens (madeira, uai!)!
Talvez seja esse o principal motivo dos importantes cuidados na introdução dos alimentos a partir do 6º. mês de vida.
Há que se protelar o gosto pelas bobagens, pouco saudáveis.
Há que se cultuar o gosto pelas frutas, legumes e verduras, o que pode levar tempo e exige paciência.

Comentários?

17 de junho de 2011

Cogito. Ergo... (Trevisanianas*)




Pai olhou pra moça.
A menina viu.
Contou pra mãe, que fingiu que não deu bola.
A mãe comprou vestido.
E bolsa.
Caros.
(e na saída, um cinto)


====


Vovó morreu.
Foi pro céu.
Bin Laden morreu.
Inferno.
A diretora do colégio do Matheus, tia Cléa, é braba.
Não morre!

*Dalton Trevisan é o mais ilustre conterrâneo das letras. Ao se comprar um livro deste contista de estilo irritantemente conciso, tem-se a impressão de se estar pagando pelos nossos próprios pensamentos, nas entrelinhas. Caro, claro, mas genial.



14 de junho de 2011

Onde Está a E. Coli? - Bactérias Resistentes



Não sei se você tem acompanhado a saga da bactéria E. coli pela Europa (“é na Europa, não é aqui, vou me preocupar pra que”, né?).
Há algum tempo que se tenta achar a fonte. Chega a ser até meio engraçado: É o pepino da Alemanha? O tomate da Espanha? Os últimos a sentarem no banco dos réus são os brotos (de feijão, da alfafa e da soja), alimentos típicos dos que têm maiores preocupações com uma alimentação saudável (!).
Se a gente andar um pouco pra trás no tempo (mais ou menos 5 anos), vai lembrar que o vilão alimentar que abrigava a temida E. coli eram os já vilipendiados hambúrgueres McDonaldianos (foi mais fácil malhá-los; agora, “inocentes” brotinhos?).
Questionando um amigo carioca sobre o risco de se viver no Rio em tempos de violência, me disse:
“Vive-se. Ser vítima de violência é conseqüência de duas coisas: estar no lugar errado e na hora errada”.
O mesmo vale para as toxi-infecções por E. coli (ou, como de resto, para qualquer bactéria alimentar): não ocorrem a toda hora, são minoria os afetados.
No Peru (desculpe os peruanos) ou na Índia (desculpe os indianos) vai ser muito mais fácil acontecer. Mas ali as bactérias já meio que convivem com lhamas e macacos à mesa, bichos quase todos domesticados.
Nos países desenvolvidos são um perigoso subproduto do próprio desenvolvimento. As mesmas E. coli que habitam pacificamente nossos intestinos e vez ou outra causam infecções urinárias tratadas com poucas doses de antibiótico, tornam-se “vitaminadas” pelo abuso dos mesmos em pessoas e rações animais.
E aí, você pode pensar: “Grande coisa, tomo um antibiótico e pronto!”.
Aí o grande busílis da E. coli: quando se usa antibiótico é que os problemas aparecem (o tratamento é de suporte em UTI e exclui o antibiótico!).



10 de junho de 2011

O Penoso Processo do Crescimento - Dor do Crescimento



Crescer dói.
Inclusive metaforicamente.
(Para que cresçamos como pessoa, muitas vezes temos que tomar algumas bordoadas e isso, naturalmente, dói!).
Mas a tal “dor do crescimento” das crianças (dores nas pernas) é motivo freqüente de questionamento por parte dos pais.
De forma curiosa, a queixa quase sempre vem como um apêndice, um adendo nas consultas: “Ah, e tem também dor nas pernas!”, quando já se estava “fechando” todos os assuntos (aparentemente pela própria percepção dos pais de que o problema não deve ser assim tão sério - tanto que muitos já vão dando o diagnóstico: “deve ser do crescimento, né?”).
As razões da dor vão além do fato do osso crescer (ou crescer muito). Outros ossos também crescem, e quase nunca doem!
Há a sensibilidade individual para dor. Há algumas vezes situações domésticas conflituosas, como briga dos pais ou nascimento de irmãos. Além disso, algumas crianças sobrecarregam membros inferiores em atividades físicas (como pular da cama, rollers - os bisnetos dos patins, etc.). Tudo isso pode se somar para contribuir para os processos dolorosos.
Na maioria das vezes, no entanto, com algumas poucas questões o pediatra consegue perceber quando pode se tratar de algo diferente, que merece investigação mais aprofundada.

Repaginada

Eu, como você pôde ver, fiz algumas alterações de leiautch no Olho (não no meu, no blog! – os meus já não têm mais jeito...). Fi-lo (ui!) principalmente porque queria um visual ao mesmo tempo mais clean e letras mais legíveis (não para você, amado(a) leitor(a), mas para que aquela senhorinha sentada ali na cadeira de balanço no fundo da sala também possa tirar algum proveito dos nossos escritos).

Ficou bom? Odiou? A cor ficou com cara de quarto de criança?
Bom, não se pode agradar a todos...
(Ai! No processo meu contador de visitas voltou umas 80.000 casinhas pra trás, fazer o que?)

Comentários?

7 de junho de 2011

Dr. Morte Está no Céu?




Era fácil odiar Kevorkian – para aos que pertencem à maioria dos que fecham os olhos para a agonia alheia.
Era fácil admirar Kevorkian – dentre os que pelo menos se questionam se há maneiras menos difíceis de suportar um sofrimento sem volta.
Era mais fácil ainda ignorar Kevorkian – porque seu metiê era simplesmente a desagradável morte.
E quem pensa na morte dos outros quando esta não lhe diz respeito só pode ser uma pessoa – para dizer o mínimo – “desagradável”.
Dr. Jack (como mostrou o filme “You Don’t Know Jack”, produzido para o canal HBO) foi pródigo em desafetos. Inimigos como a corte americana, a mídia e os religiosos não o assustavam mais do que seu inimigo número um, as doenças incuráveis, aquelas para as quais a Medicina não pode oferecer mais do que o adicional tormento dos cuidados paliativos.
“Dr. Morte” não propunha a fuga. Propunha o descanso. Não advogava a desistência. Queria o reconhecimento dos limites da profissão médica.
Expôs as feridas e queria que todos tivéssemos a coragem de olhar pra elas.
E nisso se envolveu até o pescoço.
Ou até quase perdê-lo.

“A grande diferença entre o médico e Deus é que Deus nunca tem a pretensão de ser médico”.

Dr. Martin Winckler, médico e escritor francês




3 de junho de 2011

Cartão Fidelidade - Pacientes "Fiéis"



Você não precisa ser um chato de galocha (ainda se usa essa expressão?) nem um mala (isso pra só ficar nos itens de vestimentas), mas pergunte pra qualquer médico, de qualquer especialidade: os pacientes que são seus, aqueles que “estão com você e não abrem” (e essa, ainda se usa?) são quase sempre os pacientes “preferidos” (é isso aí, médico não é navegador de internet, mas também tem sua lista de favoritos, também são gente, ué!).
E por que?
Porque seus pacientes sabem como você pensa e age (tanto que às vezes já começam a adivinhar suas condutas), têm seus históricos gravados no cérebro do médico, precisam em alguns casos apenas de uma garibada aqui e ali.
Pacientes novos ou de outros médicos precisam “começar do zero”, tempo e esforço que se perdem onde coisas mais importantes poderiam estar sendo vistas e discutidas.
Para alguns é aquela coisa de “No princípio era o verbo...”