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30 de dezembro de 2011

Vira Aí

Proximidade da virada. Essa é a fase do ano em que só as coisas essencialíssimas são permitidas.
Soltar fogos, por exemplo. Assar tênderes. Ou assistir preguiçosamente a TV - ainda que na tela nessa época só se vejam programas pré-gravados de gente soltando fogos ou dando receitas de como assar um tênder.
Ninguém pensaria em ler um blog, por exemplo ( ei, o que você está fazendo aí?).
Ou escrever num (ei, o que eu estou fazendo aqui?).
Ano após ano acalento a fantasia de escrever enormes bobagens, bobagens nojentas, repugnantes, escatológicas mesmo, só pra testar se tem alguém se dispondo a ler o blog no fim de ano.
Ei, dirá um engraçadinho, mas já não é o que você faz o ano inteiro?

Feliz 2012

27 de dezembro de 2011

Manifesto Anti-Roupas

Enquanto novos papais e novas mamães não tiverem a coragem e o bom senso de romperem com os jugos maternos - mas principalmente "vóternos" - continuaremos a ver pequenas crianças suadas, cobertas de brotoejas, quase desidratando na expectativa duma pequena rajada de vento à sua espreita na dobrada de uma esquina qualquer desse Brasil tropicalíssimo (mas, atenção, ventoso!).
Quantas mais gerações teremos de esperar para que as crianças menos pobres também tenham o direito de andar seminuas, desprovidas de embaraçosos panos, alegremente semi-peladas?

22 de dezembro de 2011

Puxada no Saco

Tenha a coragem, retire o comércio do Natal e veja o que sobra:

- Agora que oramos ao pé da árvore, gostaríamos de mostrar o quanto nos amamos com um abraço um no outro. Pronto. Boa noite!

- Olha, o velhinho veio nos visitar. Crianças, foram boazinhas o ano inteiro? Podem então dar uma puxada na barba branca (ou, alternativamente, no saco).

- O meu amigo secreto é uma amiga, a Fernanda. Fernanda, um beijo, viu? Quem mais?

É, tá meio difícil.
Assim como tá difícil ligar a TV no mês de dezembro.
Ou andar no comércio. Ou entrar num shopping.
O que era pra ser o mês da folga, da vida em família, do lazer, virou o mês da tortura, da loucura nas lojas e no cartão de crédito. Virou o "mês da obrigação". Todos têm que se amar, têm que gastar, têm que viajar para lugares esquecidos o ano inteiro.
Virou o mês do desafio. O desafio da sanidade familiar e comunitária em meio ao caos do comércio e das rodovias.
O desafio - paradoxal, pelo motivo original das festas - de sermos humanos.

20 de dezembro de 2011

Maquete

Úteros maternos não são como casas de conjuntos habitacionais.
Cada “habitação” tem suas peculiaridades em termos de saúde da dona, de sua dieta, sua idade, seu nível de atividade física, seus hábitos e/ou vícios.
Quando nascem os bebês, na maioria das vezes não temos como diferenciar crianças já fisiologicamente alteradas pelo ambiente uterino. Suas pequenas e imaturas células são aparentemente iguais, em tamanho e função.
É com o passar do tempo que as diferenciações provocadas por um meio pouco saudável vão “dando as caras”.
É muitas vezes por isso que você vê adultos com o mesmo nível de cuidados – ou de descuidos – com a saúde terem resultados (como infartos, derrames, diabete, etc.) tão diferentes (claro, que descontados os óbvios fatores genéticos).
Como bem disse um pesquisador inglês cujo nome me escapa: “Mostre-me a mãe e a placenta e eu direi a você se a criança é saudável – sem precisar vê-la”.

16 de dezembro de 2011

Ão, Ão, Ão!...

Não se trata de demonizar os carboidratos, mas a gente (com gente quero dizer essencialmente os pediatras e nutricionistas – também são gente, ué!) tem a maior dificuldade de fazer caber na cacholinha de uma certa faixa da população a importância de equilibrar os nutrientes a cada refeição.
-Equilibrar?
-Nutrientes?
(percebe a dificuldade? não é tanto nutricional quanto é educacional!)
Tem gente (muita gente) que pensa que comer é se entupir de carboidrato. É pão, é bolo, é bolacha, é suco, é refri, é “chips”... E tudo em boa quantidade!
Comer se esquecendo de que existe uma coisa chamada proteína (basicamente: leite e derivados, ovos, carnes) e outra chamada vitamina (mas vitamina de qualidade! - em frutas, legumes e verduras) ou apenas se lembrando de vez em quando (em algumas refeições) combinado com a populares “preguicite” de se mexer ou com a “desculpite” do dia-a-dia tem feito uma boa parcela da população (notadamente a mais deseducada – quase sempre a menos favorecida economicamente, mas nem sempre) se tornar vítima fácil de doenças que são (claro) então evitáveis, que custam caro para as vítimas mas também para a sociedade como um todo, pois comem também uma grossa fatia dos recursos destinados à saúde do país.
“Abaixo os carbs em excesso, abaixo a bunda constantemente no sofá!”

13 de dezembro de 2011

Nos Olhos de Quem Vê

Se você tem um nariz muito feio, é – digamos assim – um problema de todos, e você tem direito adquirido de operá-lo.
Mas se o seu nariz não incomoda ninguém – somente a você – o problema deve ser mesmo seu e de mais ninguém.
Foi o que mostrou uma pesquisa recente realizada na universidade belga de Leuven.
De 226 pacientes submetidos à rinoplastia (plástica do nariz) por motivos puramente estéticos, 33% apresentava indícios do chamado transtorno dismórfico corporal que (trocando em miúdos) pode ser melhor definido como insatisfação consigo mesmo mais do que a com imagem que os outros vêem.
Dois fatores reforçavam a chance de se ter o transtorno: querer reoperar e sintomas psiquiátricos anteriores.

9 de dezembro de 2011

Seres Raros

Há algum tempo a gestação está deixando de ser a “caixinha de surpresa” (expressão ridícula roubada da crônica esportiva, mas facilmente compreensível) que já foi.
Dentre outras informações que exames pré-natais fornecem está a novíssima possibilidade de se saber no primeiro trimestre se a criança vai ter Síndrome de Down.
E aí, a polêmica:
Vai ser bom? Vai ser ruim?
Pode à primeira vista parecer ridícula a questão. Pode ser bom optar por ter uma criança com a síndrome, sendo que a interrupção da gravidez em fase tão precoce é muito mais viável (questões religiosas à parte)?
Pergunte então a um pai ou mãe de criança afetada pela síndrome. Há pouca unanimidade tão grande na medicina: são filhos que literalmente transformam a vida dos pais.
Com muito trabalho, muita ida a médico, muitas preocupações quanto ao futuro.
Mas também com um ganho enorme em termos de visão do mundo, de afetividade, de perceber o que realmente importa nas relações humanas.
E não são declarações da “boca pra fora”. A maioria dos pais diz com sinceridade que não voltariam atrás – se pudessem – na geração do filho Down.
O que a nova tecnologia está ameaçando fazer de pior é transformar adultos e crianças com a síndrome em “seres raros” no sentido literal, destruindo todo um trabalho de inclusão que as duas últimas décadas construiu (a síndrome de Down é de longe a síndrome genética mais freqüente).
É a perigosa discussão da eugenia que sempre vem à tona novamente.
É aí que não devemos chegar. Não vamos conseguir o ser perfeito. Porque ele simplesmente não existe. Porque a definição é esdrúxula.

6 de dezembro de 2011

Bandeira em Lata

Relatório da agência americana sobre abuso de substâncias realizado em serviços de emergência médica constatou algo que só precisamos ter olhos para ver:
A associação das chamadas “bebidas energéticas” com o abuso do álcool, de drogas e de medicamentos tem crescido a cada ano.
Não que uma coisa leve necessariamente à outra.
Mas, pais, parem pra pensar:
Se você é um cara equilibrado, ajustado socialmente, tem performances sociais, sexuais e/ou esportivas adequadas, (o que não é a definição do ser adolescente, convenhamos) você precisa de “bebidas energéticas” exatamente para quê?

(Existe o outro lado da moeda: “é melhor que o meu filhote imite comportamentos apenas em relação aos enérgicos!”. Mas é bom lembrar que o “Maria-vai-com-as-outrismo” é um bom sinalizador de um ego mais frágil, que pode não resistir muito às outras tentações, mais perigosas que um “pote de cafeína” encimado por um logo).

2 de dezembro de 2011

Do Leitinho do Bebê à Cervejinha do Papai

O mundo está ficando com medo do bisfenol (e eu acho que você deve começar a ficar também).
(o bisfenol, símbolo BPA, é um composto usado para a fabricação de plásticos)
O bisfenol começou a ser vilanizado nas inocentes mamadeiras dos inocentes bebês, que começaram a mostrar que havia algo errado em seus sistemas hormonais. O componente foi banido de alguns países (o Canadá liderou a briga).
Acontece que o bisfenol está presente em outros utensílios de plástico (a lista é longa: CDs, DVDs, cartões de crédito, vidros dos carros, aparelhos de som, etc.). Mas ninguém come essas coisas.
Está presente também na camada interna de certas embalagens, em contato direto com nossos líquidos do dia a dia (sucos e refrigerantes – corra pra geladeira e vá ler a lata da Coca ou similar, está lá: “al”, de alumínio, por fora, lógico, mas cadê a referência ao BPA que está por dentro?).
Está presente ainda nos alimentos enlatados, o que facilita a sua preservação.
(Obs.: nos leites e sucos longa vida o revestimento interno é de polietileno, até o momento sem grandes preocupações).
O bisfenol tem sido “incriminado” em alterações da tireóide, alterações estrogênicas (mamas e desenvolvimento precoce dos adolescentes), alterações neurológicas e câncer de próstata. Não é, claro, a causa de todos os males, mas há muitos estudos recentes evidenciando preocupações.
-E as embalagens PET?
Embalagens com código (mostrado na parte de baixo) 1,2,4, 5 e 6 (a grande maioria) têm pouca probabilidade de liberar BPA. Embalagens com número 3 e 7 (decore!) são as perigosas.

Recomendações:
Evite a todo custo comida enlatada (sopas, carnes, feijão, sardinha). Minimize o consumo de bebidas em lata (refri, cerveja), principalmente se você é gestante. Prefira em vidro.
Evite as mamadeiras feitas com o material “policarbonato” (libera bisfenol), principalmente por períodos longos.
Chupetas também podem liberar BPA.
Longa vida são seguros, mas é bom lembrar que todo plástico tem potencial de interferir com a ação hormonal no longo prazo. Evite os excessos.
Se informe.
E cobre (ou force as) mudanças.