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27 de abril de 2012

Verônica Decide Morrer



Por que algum inocente no meio do trânsito de repente toma um tiro “de graça”, não se sabe de onde?
Por que de vez em quando sabemos de alguém que “caiu doente” por alguma doença mais ou menos rara?
É interessante notar como o paralelo entre imunidade social e imunidade orgânica existe.
Na imunidade social forças externas (polícia, educação, leis, consciências individuais) tramam para evitar que a situações como a acima aconteçam.
Na imunidade orgânica forças internas (anticorpos, células de defesa, temperatura, pH orgânico, etc.) – ao contrário do que se costuma imaginar, muito mais importantes que as forças externas (vento, tomar gelado, agasalhos, etc.) – também conspiram para evitar que situações como a acima aconteçam.
E nas duas situações (na imunidade social como na orgânica) não fomos construídos para ficar nos preocupando o tempo todo com as fatalidades que podem nos acontecer.
Perda de controle nas preocupações das ocorrências sociais? Transtorno de estresse pós(pré?)-traumático!...
Perda de controle nas preocupações dos incidentes orgânicos? Hipocondria!...


24 de abril de 2012

Sangue Fino




Há algum tempo que só quem ainda usa o salicilato (o velho AAS ou aspirina é um salicilato) como medicação são as vovós (pelo receio do efeito colateral de sangramento gastrointestinal, principalmente).
Acontece que como consumidores de alimentos, estamos sempre nos utilizando do salicilato (presente em alimentos naturais e saudáveis como as frutas e verduras e também nos não tão saudáveis como alimentos empacotados).
Dependendo de que tipo de fruta e “pacotinhos” nos alimentamos, os níveis consumidos podem ir de 10 a 200 mg/dia (nesse último caso, o equivalente a dois AAS infantis).
Existe a parte boa da coisa: mais salicilato, menos chance de eventos cardiovasculares (infartos e acidentes vasculares cerebrais).
A parte ruim fica por conta das reações alérgicas a alimentos (como dermatites e asma) e pela possível queda na capacidade de coagulação do sangue (o que se costuma chamar de “sangue fino”, o mesmo risco da velha – e hoje meio abandonada – aspirina), com maiores chances de sangramentos.

Devolva Meu Tcham

A cada novo sucesso da nossa "MPB" (mas beeem P, mesmo) sentimos uma enorme saudade do sucesso anterior.

20 de abril de 2012

Prescrição em Três Vias

As noites em frente ao televisor nos Estados Unidos são um tormento. Quem ainda não está doente, logo arranja alguma “condição médica” (doença, no jargão médico-publicitário eufemístico).
São centenas de propagandas que explicam seus possíveis sintomas e, claro, a solução mágica para eles, veiculados nos horários mais nobres (por aqui ainda estamos preferindo curar nossos males com carros novos, aparentemente).
Um novo e divertido comercial (clique aqui) causou polêmica, no entanto (e foi rapidinho retirado do ar devido à bronca das indústrias farmacêuticas, que não acharam a menor graça na gozação com seu modus operandi).
O anúncio cita primeiro a doença (ou condição): stoogation (de stooge, “pateta”, do antigo seriado “Os Três Patetas”, irmãos que não conseguiam fazer a menor tarefa sem grandes acidentes), mas já avisa no detalhe cômico: três em seis bilhões de pessoas são afetadas (os próprios, claro!).
E aí a medicação: Stoogesta (da substância nimbiscus dumbphondenol, de “nimble”: ágil mentalmente, e “dumbfounded”: estupefato). Cuidado, porém. Há variadíssimos e potencialmente sérios efeitos colaterais – dentre eles o completo enlouquecimento!
“Fale com o seu médico” sobre Stoogesta, sugere o anunciante no final do comercial (com o último adendo de que há um filme em cartaz nos cinemas: adivinha? – “Os Três Patetas”, pois afinal é uma criativa propaganda sobre um filme!).
Não! – censuraram. Não se pode brincar com uma coisa tão séria como a indústria farmacêutica.
Não se pode rir. Não se pode pensar a respeito.
E, sobretudo, vai que algum médico – a pedido do seu paciente – prescreve a maravilhosa droga...

17 de abril de 2012

Zé Gotão

Se as gotas da água do banho fossem espermatozóides, as mamães poderiam temê-las.
Mas não. Não têm rabinho para entrarem pelos condutos auditivos (canal do ouvido) dos seus filhos para causarem danos (infecções) lá dentro.
Piscina tem algum perigo.
Mar também.
Mas no banho de chuveiro ou banheirinha de criança não há entrada de água contaminada minimamente suficiente.
Podem se esbaldar – ou, mais exatamente, se chuveirar. Ou se banheirar à vontade.

13 de abril de 2012

Bolas Fora

Digamos que você seja um astro futebolístico ou um(a) estrela do cinema e seja contatado por alguma associação para a prevenção de alguma doença para fazer campanha nacional a um preço módico (ou, se você é altruísta, a preço nenhum, pelo bem da humanidade, afinal, muito já lhe foi dado de ser rico e famoso), você recusaria?
Muita gente boa aceita.
E aí paga esse tipo de mico (literalmente) exposto aí em cima.
Se fosse por uma (realmente) boa causa, vá lá.
Mas no caso do câncer de testículo, há mais chances de se criar uma “neura” com uma parte (dependurada) e meio esquecida do corpo masculino do que causar qualquer benefício, sem falar do velho novo problema do desperdício de recursos com exames médicos e radiológicos desnecessários (a campanha prega o auto-exame testicular nos moldes do auto-exame das mamas femininas).
Tá lá na crítica do BMJ (British Medical Journal):
Pergunte pra um urologista quantos cânceres de testículo ele já viu. A média é de menos de 1 caso para cada 30 anos de profissão.
Merece alguma consideração patologia tão rara (até porque os sintomas seriam muito evidentes)?
E aí, extrapolando para outras doenças e órgãos masculinos e/ou femininos, vemos recentemente uma enxurrada de campanhas com o suposto propósito de proteger nossa saúde, mas com a desvelada intenção de encher bolsos de clínicas e indústrias de aparelhos diagnósticos – enquanto nos fazem perder o sono.

10 de abril de 2012

Caos Audiovisual

Muitos pais não têm noção da enrascada em que seus filhos disléxicos estão metidos.
Crianças que se batem para aprender a leitura não aprenderão a escrever corretamente. Quem não interpreta o que lê, não vai pra frente no raciocínio matemático.
Crianças assim são vistas como “burrinhas” (pra dizer o mínimo) pelos colegas, professores e mesmo pelos próprios pais.
Estudos mais recentes têm mostrado que o principal “defeito” dos disléxicos está no foco de atenção.
Crianças com dislexia não “filtram” os estímulos que recebem, dificultando a concatenação das palavras, letras, sentidos e cores para que o cérebro interprete e devolva informações (e isso mesmo na fase pré-leitura).
Agora, pense no que acontece com essa turminha (± 10% das crianças) numa pré-escola bagunçada ou numa casa com televisão, e celulares, e computadores ligados.
E aí, detectado o problema, um facílimo acesso a psicopedagogos prontos a ajudarem as pobres criaturas nas escolas de todo o país...

6 de abril de 2012

A Redenção do Chocolate

Muitas vezes temos que classificar certos tipos de alimento como “bobagem” pela diferenciação com alimentos mais saudáveis, nutritivos, que fazem bem à saúde, na tentativa de incriminá-los em alguns dos problemas vistos na população infantil, como pressão arterial elevada, aumento de triglicerídeos, dores abdominais, constipação, etc.
E quando se pergunta aos pais se os filhos comem “bobagens”, com frequência a resposta primeira é:
- Come chocolate!
Chocolate não é “bobagem”. Já foi? Acredito até que sim, mas com a imensa lista de “bobagens” atuais, temos que incluir felizes o chocolate na lista dos alimentos (ainda que – atenção! – haja chocolates e chocolates!).
Entre as “bobagens”, então, só para dar uma idéia, estão:
 “chips” (que em alguns locais pode significar apenas batatas fritas, mas no sul se utiliza o termo para os “Cheetos”, principalmente genéricos)
danoninho (é “bobagem”, sim!)
 balas de todo tipo, desde as de goma até os confeitos de puro açúcar
 biscoitos, principalmente os mais modernos, cheios de substâncias alienígenas
 refrigerantes (que, claro, não se “come” – mas é bom não dar idéia pra indústria – alguém ainda lembra do picolé de guaraná?)
 sorvetes industrializados
E etc, muito etecétera!

3 de abril de 2012

Xaropada

Os xaropes pra tosse que não servem pra nada são muitos – e existem quase que desde o início da história da humanidade.
Não demorou muito (alguns séculos) e os pais, assim como os médicos, perceberam sua inocuidade. Inocuidade que custa caro, pois 25 centavos por 50 ml de água colorida é caro!
O problema é que pais, assim como médicos, aprenderam a usar corticóide, que é um excelente remédio, se bem usado.
Melhora muita tosse de causa inflamatória, como no caso das bronquites e asmas, tão comuns.
Mas não é medicação pra se deixar no armário da cozinha.
Há momentos pra não se usar (infecções, por exemplo), tem efeitos colaterais se abusado, tem dose certa (tão certa que alguns médicos até exageram na rigidez do esquema terapêutico).
E não é, principalmente, “xarope pra tosse”, ainda que melhore a tosse e venham (alguns deles) na forma de... xarope!