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29 de junho de 2012

Vacina Pouca, Meu Filhão Primeiro


De novo, como todo ano, aqui estão os grandes temores em relação à gripe A.
E de novo, muito “plantados” pelo excesso de informação – ou por variadíssimos interesses.
Os últimos dados da Organização Mundial de Saúde (sobre a pandemia de 2009, pois os dados levam tempo para serem coletados e analisados) nos permitem pensar mais além dos números: 

65% das mortes pela gripe A foram em pessoas dos 18 aos 64 anos, 13% acima dos 65 anos.
Sobraram: 22% para os menores de 18 anos (que não são todos exatamente crianças).
A grande maioria dos óbitos estimados foram (como era de se esperar) em países das más condições higiênico-sanitárias, África e Ásia.
O total de mortes foi “jogado para cima” pelo pessoal da OMS (“apenas” 15 vezes mais, lembrando que são dados de estimativa, e não de confirmação laboratorial).
Que total é esse?
Na pior das hipóteses, em torno de 500.000 (meio milhão), no mundo todo (melhor hipótese: 150.000, veja a enorme diferença!).
Só para comparar, mortes por acidentes de carro, no mesmo ano de 2009: 1.200.000.

Agora, jogando com os números (apenas para efeito de raciocínio): 

Ainda, na pior das hipóteses:
Total de mortes por continente: 100.000 (mas lembre que é bem desigual, com grande predominância de África e Ásia).
Na América do Sul, se assumíssemos metade dos óbitos de todo o continente: 50.000, para o Brasil.
20% dos casos em menores de 18 anos: 10.000
Número de municípios brasileiros: ± 5.000
Total por município (é claro que a distribuição é desigual, mas...): cerca de 2 óbitos em indivíduos abaixo dos 18 anos por município por ano!
Alguma novidade? (lembrando sempre que as estimativas são as mais pessimistas possíveis)

Então:

Corramos, apavoremo-nos, fechemos (ou abramos, não sei) as janelas, e principalmente:
Vacinemos todos as nossas crianças – não deixando de bater três vezes na madeira!

26 de junho de 2012

Jogo Marcado


É difícil ficar imune às obras de arte de Christian Boltanski.
Francês, filho de pai judeu e mãe católica nascido em 1944, em meio à Segunda Guerra Mundial, costuma dizer que o fato de ele existir já é um fato improvável (o mais sensato teria sido os pais terem optado por um aborto).
"Acaso" ("Chance" em inglês) é fruto da reflexão sobre o seu destino - bem como do destino de qualquer ser humano.
A obra é uma tremenda geringonça similar às prensas dos jornais em movimento,  só que nesse caso cada unidade é a foto de um bebê recém- nascido diferente. A cada 10 minutos uma sirene toca e uma foto aleatória de um desses recém-nascido é mostrada numa tela enorme.
Só!
Mas o suficiente para se refletir. 
Morte? Doença? Fortuna? Fama? O que esses teóricos sorteados (ou azarados) levam (ou levaram) da vida?  Respostas não existem. Dependem das visões, crenças, personalidades de cada um.
A mesma pergunta pais do mundo inteiro fazem sobre seus filhos. Só que "na moita", sem admitirem que são quase impotentes diante da enorme prensa do Acaso.

"Há poucos bichos mais interessantes para um bom estudo antropológico do que o homem".

22 de junho de 2012

Mais Ciência no "Chute"


Muitos cálculos são propostos para se estimar altura final dos filhotes – e muitos deles absolutamente “chutados”.
Se você quer ter uma idéia da altura da sua prole, vamos lá, antropômetro (aparelho de medição de consultórios pediátricos, fita métrica não vale) e calculadora na mão: 

Meninos:

F Altura do pai + 13 associada à média aritmética com a altura da mãe 

Meninas:

F  Altura do pai – 13 associada à média aritmética com a altura da mãe

Exemplo:

Pai: 187 cm
Mãe: 165 cm

Menino:

187 + 13 = 200
200 + 165 = 365  dividido por 2 = 182 cm

Menina:

 187 – 13 = 174
174 + 165 = 339 dividido por 2 = 169,5 cm

Problemas com a regra:

◊ o fato de ser uma regra mais matemática do que vital (e matemática tem dificuldade de lidar com as vicissitudes da vida) O erro estatístico é de 8,5 cm (!) para mais e para menos (no caso do menino do exemplo, o rapaz pode ter 173 cm no erro para baixo e 190 cm no erro para cima, no caso da moça pode ter 178 cm no erro para cima e 161 cm no erro para baixo)
◊ os “atrapalhos” do crescimento, como doenças ou uso de certas medicações
◊ a medição incorreta dos pais (não vale “acho que tenho...” porque dá impressionantes margens de erro)
◊ a desconsideração dos pais verdadeiramente biológicos, fato que algumas vezes gera boas confusões

Comentários?

19 de junho de 2012

Ovos Dentro da Galinha


Não quero dar uma de profético, mas há cerca de 1 ou 2 anos, ao ver o primeiro tripé para câmera assentado na sala de parto, comentei que em pouco tempo viria crew completo para a filmagem dos recém-nascidos.
E não deu outra. Em reportagem dessa semana, a nova coqueluche: books e filmagens profissionais da sala de parto!
Gente, menas!
Dois motivos para economizarmos nossos queridos reais com mais essa:
Primeiro: parto não é certeza. É cada vez mais longínquo o drama retratado no romance Anna Karenina (não leu? vai já ler!), mas ainda assim problemas acontecem.
Imagina uma criança com sérios problemas de saúde no momento de completar um ano de idade. Alguém vai pensar em festa? Contratar fotógrafo? Chamar convidados?
No momento do nascimento as chances das coisas não darem assim tão certo (por exemplo, uma prematuridade com problema respiratório associado ou uma arritmia cardíaca ou uma má formação não detectada ao ultrassom) são bem reais.
Segundo: essa história (que já falamos aqui no caso do Facebook pré-natal) de tratar o recém-nato como alguém absolutamente especial, que merece trompetes, tapete vermelho e croquete faz mais mal do que bem a ele, mas parece que ninguém liga pra isso – o que importa é o meu filho ter uma festa de entrada mais tcham do que o filho da Fátima Neuza!

15 de junho de 2012

Jóias Raras


Não à toa o Palácio de Versailles é um dos pontos turísticos mais visitados do planeta: é um legítimo representante do ápice da realeza na história moderna da humanidade. Talvez nenhum rei tenha sido mais rei que Luis XIV, o Rei-Sol.
E ao se andar pela vastidão de quartos, salões e jardins do palácio, uma coisa chama a atenção: não há (ou pelo menos não havia) banheiros!
A grande diferença da riqueza atual para a riqueza de um passado recente: o número de banheiros das casas, apartamentos - ou mesmo dos palácios.
E o tal rei, então, não tinha (como ninguém tinha) o menor pudor de fazer suas necessidades reais em qualquer nobre recinto palaciano. E mais: despachava assim, literalmente sentado nos tronos (a palavra troninho tem, assim, a sua origem realmente real). A história conta que um acesso aos seus íntimos despachos era uma concessão disputada à tapa!
Também não à toa a horda de constipados aumentou nos dois últimos séculos. Fazer cocô foi ficando cada vez mais feio, cada vez mais algo que se deve fazer de forma solitária e inconfessa, ainda que certos banheiros pudessem fazer Luis XIV morrer de inveja.
Banheiro, ou mais exatamente cocô, pede ritual. Precisa de tempo. E uma mistura exata de concentração e relaxamento. E é isso que falta a muitas crianças atuais, apressadas ou excessivamente pressionadas na liberação de seus imaturos esfíncteres.
Tratar intestino preso pede hoje um pouco da realeza de outrora.

12 de junho de 2012

Intensidade Não É "Doença"*



Uma das diferenças que pais e professores às vezes esquecem de levar em conta ao se questionarem se determinada criança tem ou não o “famoso” transtorno de déficit de atenção/ hiperatividade (TDAH) é o caso da criança que na literatura americana é chamada de criança “intensa”.
O que é uma criança intensa?
É a criança que é “problema” para a maioria dos educadores no sentido de que desafia ou questiona as autoridades com freqüência, perturbando assim o “bom andamento” das aulas e atividades domésticas.
Costuma ser – como o nome diz – intensa em tudo o que faz, dando a impressão que “passa do ponto” em relação às outras crianças.
Não tem, no entanto, dificuldades em prestar atenção às coisas que a interessa – muitas vezes é o contrário! 

* Escrevi “doença” no título ainda que não consideremos o TDAH propriamente como uma doença. “Transtorno” já é peso suficiente como rótulo.


Não Encha o Saco 

Maridos de todo o país andam meio “encolhidos” com os recentes acontecimentos policiais.
A música do momento (Rita Lee) de suas esposas tem sido: 

Amor não me provoque
Olha a mulher do Yoki!
Não provoque
Olha a mulher do Yoki!..

8 de junho de 2012

Pergunte Ao Pediatra


-Doutor, vento dá dor de ouvido?
-Nem furacão!

-Minha filha menstruou. Será que era por isso...
-Que ela andava tão irritada nos últimos 13 anos?

 -Cocô verde é normal?
-Pro Shrek, pro Hulk e pros palmeirenses, é.

 -Ponho meu filho no Facebook?
-Melhor: ponha um book face ao seu filho.

 -Anemia vira leucemia?
-Substituindo o “an” pelo “leuc”, acho que vira.

-Tem algum andador seguro?
-As pernas.

-Remédio pra vermes, tem que dar?
-Só se ele estiver doentinho.

-Bicho-de-pé coça?
-Sim, mas sentado consegue se coçar melhor.

Comentários?

5 de junho de 2012

Pais Novos, Não?


Em resposta à “velharada” revoltada com a postagem anterior, vamos tentar contra-argumentar então com os “defeitos” da moçada:
Pais velhos têm, naturalmente, mais conhecimento do mundo – e podem passar isso pros seus filhos.
Pais velhos podem ter adquirido a batida sabedoria. Saberiam então dosar preocupações válidas e outras menos válidas.
Pais velhos costumam ser mais atenciosos com os verdadeiros problemas que ocorrem com seus filhos.
Pais velhos costumam ter mais recursos financeiros (principalmente aqueles que decidiram ser pais velhos).
Pais velhos...
Não sei. Acho que é só, hein?
O que não quer dizer que não possam cometer a fantástica loucura da vida – até porque tudo isso é uma tremenda generalização...

1 de junho de 2012

Pais Velhos, Não


Pais novos têm saúde para perder algumas noites de sono com filhos que choram ou não querem dormir nas suas camas.
Pais novos têm saúde. Ponto. E podem (as mães, claro) arriscar diminuir algo da sua saúde com uma gravidez.
Pais novos têm energia para correr atrás (ou na frente, se for perto de escada) de seus filhos que recém aprenderam a andar.
Pais novos aguentam o peso de seus filhos no colo para aguardar nas filas das coisas que eles querem fazer (de padaria a Disneylândia).
Pais novos topam assistir à milionésima reprise do Ursinho Amarelinho (até porque, às vezes, não acham nada melhor pra fazer).
Pais novos são muitas vezes tão ou mais bobos (crianças) que as próprias crianças, o que é muito divertido para elas.
Pais novos se assustam menos com coisas pouco importantes (ou mesmo com as muito importantes).
Pais novos costumam ter uma vida inteira pela frente.
Pais novos têm pique (e, inclusive, nique!).
Pais velhos, não! 

A figura acima foi capa (que deu o que falar) da New York Magazine do ano passado. A reportagem da revista (está disponível no site – Vale a pena! Não sabe inglês? Passa um tradutor, uai!) desce a lenha nos papais (mas principalmente mamães) muito velhinhos (frutos de uma sociedade longeva, capitalista e egoísta, mais ou menos assim, segundo os autores).