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31 de agosto de 2012

As Mãos Que Balançam O Berço


 
Bebê de alguns meses que chora no berço.
Precisa sempre socorrer (pegar no colo), não precisa pegar, deve acostumar a chorar, faz mal, não faz?...
O debate prossegue acalorado.
Estudo recente mostra que mesmo quando a criança “acostuma” com o não atendimento do seu choro (pais que propositalmente ignoram), ainda que pare de chorar seus níveis de cortisol (o hormônio que demonstra a presença de stress) se mantêm elevados – pelo menos pelos próximos dias.
É prejudicial no longo prazo? Vai transformar o pequeno sujeito num grande sujeito ansioso?
É até possível, mas as respostas ainda não são concludentes, e acredito que a futura ansiedade/depressão vai depender mais dos cuidados globais da criança do que dessa “simples” questão.
Resumindo: pais talvez devam seguir o seu instinto, desde que não exagerem (aí quase sempre o problema) nem pra um lado nem pro outro. Não se pode imaginar que uma criança relegada 24 horas ao berço vá ser uma criança mentalmente saudável, bem como seus pais não haverão de ser... 

Onde vai parar nossa maluquice internética?
Uma moça, mal entrou na quitanda, puxou logo seu iPhone, por estar num local de melhor conexão.
Engano. Na cartolina do quitandeiro estava escrito:
“Temos Kiwi”.
 

28 de agosto de 2012

Doduvido


A garganta é campeã.
Na criança nenhum diagnóstico é mais chutado que a tal “infecção de garganta” – principalmente na criança pequena.
Mas o ouvido é vice.
E aí não há sintoma percebido pelos pais que possa ajudar a fazer diagnóstico da tal “infecção de ouvido”:
Mau humor, choro frequente, sono interrompido, febre, pegar no ouvido ou qualquer outro sintoma relatado pelos pais mostraram-se, num estudo de 2010, totalmente inúteis na correlação com o que o médico detectava nos exames dos ouvidos médios de quase 500 crianças avaliadas.
 

24 de agosto de 2012

Diário de Um Fiofó (Capítulo Único)


Me chamo Fiofó. Fiofó de Bebê.
Tenho um nome mais formal: Ânus.
Prefiro Fiofó. Acho mais simpático. Parece com Teló, não sei...
E como todo Fiofó, não gosto muito que mexam comigo. Faço meu trabalho de entregar aquelas coisas que tenho que entregar e pronto!
Problema é que como meu sobrenome (de Bebê) diz, uso fralda.
Então já tenho o drama de às vezes entregar o que tenho de entregar e ficar ali, encarando a minha entrega, até que alguém tenha a pachorra de me limpar.
Mas o que mais me chateia não é isso – ainda que essa história me deixe vermelho (de raiva?) por dias a fio.
O que tem me chateado é essa mania que vem das antigas de andarem me enfiando coisas.
Como é o caso daquele tal de Supositório.
Odeio esse cara!
Parece que cada vez que ele entra, mais ansioso eu fico pra fazer o meu trabalho depois. Não sei, é uma coisa de antipatia, ou de sensibilidade minha, sei lá. Sei é que prefiro eu aqui e ele lá, bem longe de mim.
Se a minha mãe tem outros meios pra me fazer trabalhar mais corretamente, não precisa recorrer a esses meios, digamos, drásticos!

 (e ainda lembrando: se o que eu entrego tem consistência que não é dura, aí mesmo é que não preciso dessas coisas, pois não sou preso, sou só um pouco demorado...)
 

21 de agosto de 2012

Primeiro Passo



Problemas psiquiátricos: TDAH, bipolaridade, transtornos de personalidade outros.
Têm sido mais bem compreendidos, diagnosticados, pesquisados nos últimos anos.
Mas são um baita problema para serem aceitos pelos pacientes e pelos familiares (pais, nesse caso).
Ninguém gosta de ouvir que tem “problemas”.
(“Problema tem você, não eu!”)
Então, quando se percebem anormalidades de conduta que geram sofrimento pessoal ou familiar, a primeira medida é o que você está fazendo agora: se informar.
Pacientes e familiares (bem) informados deram o primeiro passo para a aceitação do diagnóstico e do tratamento. Serão mais facilmente convencidos da necessidade de medicação, serão mais exigentes com os profissionais que os tratam, saberão educar a comunidade em relação aos preconceitos.
Se alguém (médico, conhecido, familiar) sugere que você possa ter algum problema, pare para pensar se é realmente “um absurdo, eu, imagina!”.
Se informe, analise. Pode ser muito bom, pode definir seu futuro.

17 de agosto de 2012

A Criança Que Não Ganha Peso, Essa... Magra!


Donas de casa, engenheiros, pedreiros, agrônomos, arquitetos, marinheiros, carvoeiros, bailarinas, geólogos, e até médicos (e inclusive alguns pediatras!) ainda nos dias de hoje costumam se incomodar com as crianças (sejam bebês dos primeiros meses ou escolares) que ganham peso de forma mais devagar.
Esquecem-se na maioria das vezes que, de novo, na maioria das vezes o grande pecado desses magrelos é ter herdado de algum ramo da árvore familiar genes de magreza mais do que de genes de gordeza!
E aí dá-lhe exames de laboratório, dá-lhe vitaminas (algumas inócuas, outras perigosas nas transformações metabólicas que podem gerar), dá-lhe preocupações para a família – ainda mais nas famílias com vovós-do-tempo-da- fome que, bem intencionadas, corneteiam os ouvidos dos pais o tempo todo, pois querem um neto saudável e robusto (muito mais robusto que saudável)!
História familiar de magreza, crescimento (altura) adequado e saúde (que poderia se traduzir por disposição para traquinagens) quase sempre afastam a possibilidade de problemas médicos, mesmo naqueles “secos”!
Duro é convencer donas de casa, engenheiros, pedreiros, agrônomos, arquitetos...

14 de agosto de 2012

Mães, Corram. Pais, Voem.


Até pouco tempo, apenas as mães sofriam o olhar de reprovação quando decidiam ter filhos em idade muito madura.
Estudos recentes têm evidenciado que em muitos dos problemas de origem genética são os pais os transmissores do DNA “defeituoso”.
A explicação mais plausível é de que pais mais velhos têm durante sua vida milhares de divisões celulares nas suas células reprodutivas, os espermatozóides (coisa que não ocorre nos óvulos maternos, vistos que estes têm número fixo desde o nascimento da futura mamãe – eles só vão madurar).
A cada nova divisão, a chance de ocorrerem novos defeitos na sequência do DNA paterno aumenta.
Pais acima dos 40 anos, por exemplo, têm seis vezes mais chances de gerar um filho com autismo que pais na faixa dos 20 anos.
A esquizofrenia também tem seu risco aumentado de forma linear com o avanço da idade paterna.
O curioso é que são problemas em que os pais da criança recém-nascida suspiram aliviados por não detectarem nada de anormal na maternidade – os problemas aparecem às vezes muito depois, diferentemente da Síndrome de Down ou outras anomalias genéticas ligadas à idade materna.

10 de agosto de 2012

Pras Cabeças


Se uma das teorias sobre a enxaqueca estiver correta - e acredito que pelo menos em parte esteja - talvez num futuro não muito longinquo estejamos nadando num verdadeiro mar de enxaquecosos.
O que diz a teoria?
Que a enxaqueca seria uma forma de proteção individual aos excessos de estímulos. Estímulos como a falta de sono, os sabores e odores fortes ou maléficos, a hiperestimulação sonora e/ou visual, o cansaço físico, etc.
O que pede o corpo (ou mais exatamente a cuca) da vítima?
Repouso. Dieta regrada. Afastamento de sons e luzes.
Nem todo corpo reclama da mesma forma. Nem todo mundo tem alta sensibilidade às mesmas coisas.
E a teoria pode estar furada.
Mas que é boa, é.
(um exemplo que reforça a teoria: uma pessoa deprimida teria a sensibilidade  aumentada para fatores que antes passavam "batido"; melhora a depressão - com remédio ou não - melhora a enxaqueca!)

7 de agosto de 2012

Vacina em Forma de Cão


Já tiramos aqui os cães do banco dos réus da maioria dos problemas de saúde enfrentado pelas crianças.
Um novo estudo deste mês no jornal de pediatria Pediatrics vai além: 
Afirma que a presença de um cachorro ou gato dentro de casa previne problemas respiratórios nos primeiros anos de vida.
Ainda que o estudo tenha alguns problemas (as variáveis são muitas para definir apenas os "pets" como responsáveis em amostras pequenas) a teoria é de que os animais estimulariam a imunidade imatura pelo contato com germes dos mesmos (os animais que saem de casa e voltam parte do tempo para dentro trariam mais benefícios por carrearem novos germes).
(não achei descrição da classe social da moçada, mas me parece claro que a importância dos bichos só deve existir para os mais riquinhos - os pobrinhos já tem germe demais por perto...)

3 de agosto de 2012

O (Na)Sal da Vida


A bela entrevista concedida pelo ator Dustin Hoffman a uma revista italiana deveria ser enquadrada para aqueles tantos insatisfeitos com a própria imagem.
Conta que quando era pequeno, sua mãe, recém-operada do nariz, o encorajou a fazer o mesmo (para quem é mais novo, Hoffman é famoso pelo seu proeminente nariz - ainda mais evidente na sua baixa estatura).
Sua resposta:
- Mas, mãe, o meu nariz sou eu! E é o que me faz diferente dos outros!
Recusou-se a operá-lo, para contrariedade da mãe, preocupada com os apelidinhos e gozações que o filho sofria desde a tenra infância.
Dustin Hoffman cresceu (pouco, é verdade, na estatura). Mas mostrou uma estatura elevadíssima na personalidade. Tanto é que abocanhou muitos dos papéis mais cobiçados de Hollywood desde então. E apesar do nariz não deixou de beijar muitas das mais lindas atrizes, também.