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28 de janeiro de 2013

Compartimento de Pilhas



Crianças pequenas não vêm equipadas de fábrica com compartimento de pilhas, que você poderia retirar para que sossegassem na hora de irem para a cama (ei, ouvi o seu "infelizmente"!).
Então a segunda melhor opção que os pais normalmente encontram é o que eu chamo de "doping calórico": encher a pança dos seus filhinhos próximo ao encontro com o Morfeu - a mistura preferida é leite com alguma espécie de farinha - para que "apaguem" pelo cansaço da digestão.
A tática sempre foi empregada, e é até válida, pelo menos até um certo momento.
O problema é que em alguma etapa da vida da criança ela vai ter que aprender a dormir "por mérito", simplesmente porque tem que dormir, ora bolas!
E é nisso que os pais atuais tropeçam: ninguém está com coragem - ou paciência, ou disposição - para disciplinar o pimpolho!
Aparelhos digestivos também precisam de descanso, também devem ter "hora pra dormir".
Pais não precisam e não devem ser escravos dos seus filhos à noite, mas para que recebam a carta de alforria precisam merecê-la, terão que gastar algumas noites fazendo ouvidos de mercador e endurecendo o jogo.
Como pais do passado faziam.
E ninguém morreu por isso, muito pelo contrário.

24 de janeiro de 2013

Bolotas Vermelhas (A Morte do "Maestro")


Imagine que, um belo dia, você acordou com uma bolota vermelha no nariz.
Foi, então, imediatamente ao seu otorrino de confiança, que a retirou prontamente.
Passados mais alguns dias, nova bolota vermelha. Só que no joelho.
Marcou uma consulta com o ortopedista que, após a tomografia de praxe, fez a retirada da bolota.
Uma semana depois, bolota! Vermelha! Onde? No abdome, por dentro.
Cirurgião: achou duas das tais bolotas, sendo que uma colada no rim. Retirou-as e o encaminhou para um nefrologista.
O nefrologista, entre outras coisas, achou sua pressão alta. Prescreveu remédio para a pressão e mandou você investigar a causa de tantas bolotas vermelhas. Estariam relacionadas com a pressão alta?
Você, então, pára para pensar: em quem vou agora, para investigar tudo isso?
Sabemos (ou deveríamos saber) a resposta: num clínico geral.
Mas...  cadê o clínico geral?
Não existe.
Matamo-lo nas últimas décadas.
Com nosso esquecimento. Com nossa procura "direta" pelos especialistas...

Não é culpa sua, ou minha. Foi assim que sociedade evoluiu.
E, apesar, de tê-lo "matado" no título, ainda podemos resgatá-lo com vida, para nosso benefício. As sociedades médicas tentam, timidamente, acordar para o fato, com medidas de incentivo.
Mas nós também, quando possível, devemos "recuar" em nossa busca desenfreada por especialistas, devemos tentar obter para nós e nossos familiares um bom "maestro", o que, convenhamos, está um pouco difícil.

22 de janeiro de 2013

Dois Olhos A Mais




Não procure a causa da sua dor de cabeça (ou a da sua criança) no oftalmologista.
Dor de cabeça virtualmente nunca se deve à problemas visuais.
Mas, curiosamente, há uma grande quantidade de pacientes que após a visita ao "médico da vista" - e após a confecção de óculos, mesmo quando esses são pouco necessários - melhoram!
Dores de cabeça, na piora e na melhora, são muito influenciadas pelo aspecto emocional. Por isso, faça-se o que se faça, muitas das atitudes tomadas pelos pacientes são capazes de trazer alívio. Pelo menos por algum tempo. 
E, dentre essas atitudes, um "quatrozóio" pode valer mais que um frasco de aspirina.

18 de janeiro de 2013

O Inferno é Aqui



O sucesso do livro "Inferno" da trilogia "A Divina Comédia" de Dante Alighieri se deve muito à brincadeira - brincadeira séria - que ele faz de ser um Deus essencialmente punitivo. 
E não só isso: a punição vem na forma equivalente aos pecados cometidos. Um talião divino, por assim dizer.
Mas antes de chegarmos ao inferno - se esse for nosso merecido destino - experimentamos às vezes o mesmo tipo de "olho por olho" aqui em cima, na terra.
Falo dessa turma que (infelizmente para eles, mas muito mais para nós) aprendeu a relacionar o prazer ao barulho. Barulho muito alto, bem além do nível suportado pelos nossos ouvidos, que não evoluíram na capacidade de tolerar "Megadecibéis" juntamente com as parafernálias instaladas em caçambas, para não falar das "baladas" (pouca gente sabe, ou dá bola, mas o nível de som de 3 dígitos usual nas baladas leva cerca de 30 minutos para lesar o ouvido de forma irreversível).
Então será - ou já está sendo - gerações de "danados" terrenos, precocemente surdos ou sofrendo do terrível "tinitus" (zumbido) que, em casos extremos pode levar até mesmo ao suicídio.

(Dante não teve tempo, e o desprazer, de conhecer os "caçambeiros" ou os "Madrugas", como orgulhosamente se denominam, mas imagino que seu "inferno" seria algo como caixas de sons instaladas diretamente nos seus cérebros por toda eternidade. Mas, espera: cérebro? Que cérebro?)


15 de janeiro de 2013

Malvado Alado



Sou um mosquito. Mas pode me chamar de pernilongo, que eu não me ofendo.
E como bom mosquito, farejo minhas vítimas a uma boa distância. Alias, farejo só, não. Percebo seus movimentos, mesmo no escuro (ou principalmente no escuro).
Minha carne favorita é carne de bebê. Criança pequena também serve. Só na fome extrema é que me sirvo de adulto (argh!).
E pouco adianta cobrir o bebê de roupa. Ele mesmo se mexe, se vira e se revira no berço, facilitando enormemente meu trabalho. Por isso é que acham que eu prefiro punhos, canelas, cinturas e rostos. Não sou enjoado. Me alimento de qualquer coisa (humana, claro). Mas é o que me sobra, o que me é dado de bandeja.
Uma coisa, entretanto, quero esclarecer:
Não sou eu o responsável por todas aquelas bolinhas que vocês vêem nas suas crianças ao raiar do dia. Parte sou eu, sim, que faço. Mas parte do estrago é picada (minha, também, ou dos meus amigos) antiga, de dias ou noites anteriores. Mas que culpa tenho eu se o seu filhote é alérgico e aquelas cicatrizes voltam todas a coçar? Fala lá com o pediatra dele e pede uma pomada ou antialérgico ou qualquer coisa do gênero, e não me incomode.
(Sabe o que eu gosto? É daquelas mães que vêem o que eu faço e põem a culpa no chocolate que seus filhos comeram! Ri, ri, zz, zz!)

11 de janeiro de 2013

Eis A Questão

A chamada "incerteza da paternidade" cria fenômenos sociais curiosos.
Por exemplo, é nítido que filhos que têm maiores semelhanças físicas com o pai recebem mais investimento por parte deste (em termos de tempo dedicado, atenção, presentes, etc.), independente de fatores morais. É uma questão darwiniana básica, quase inevitável.
Outro exemplo é a chamada "solicitude diferencial dos avós". 
Como as mães obviamente nunca apresentam dúvidas em relação à maternidade dos seus filhos, avós maternas (mães das mães) tendem a dar atenção maior aos seus netos. Já os pais dos pais, tendem a ser os menos "mimadores", visto que há duas gerações de possíveis dúvidas quanto à origem do pimpolho. 
Mães dos pais e pais das mães tendem a ficar "no meio do caminho".
Aí, é claro que as semelhanças físicas mais evidentes atenuam (ou fazem sumir, ou muitas vezes invertem!) as diferenças.
Lembre da sua família e veja se isso não é verdade (sem ofensas!)... 

8 de janeiro de 2013

Espantoso

Ao completar 103 anos, como todo centenário, o Sr. Fo Wong, tibetano (são todas tibetanas essas figuras), teve novamente que responder como chegara assim tão bem à essa idade toda.
"Em primeiro lugar" iniciou o ancião, "eu logicamente não estou tão bem assim. Ninguém nunca está tão bem assim nessa minha idade. Seu espanto em me ver chegar aos 103 confirma que o chegar a esta idade já é o estar bem, pois obviamente ainda não estou morto, pelo menos não em aparência. Mas olhe para mim! Há alguma coisa realmente invejável nessa minha condição centenária para vocês que são jovens? Não passo de uma curiosidade!"
"Em segundo lugar" prosseguiu o velho, "não há nem nunca poderá haver receitas para se chegar à minha idade, bem ou mal. Os meus segredos da longevidade são meus, funcionaram obviamente para mim. O que não quer dizer que servirão minimamente para vocês, e eu sinto muito."
"E em terceiro lugar...
Bem, em terceiro lugar..."
Não chegou ao fim. Adormeceu. Rapidamente afundou num sono tão profundo que roncou na frente dos seus interlocutores.
Existia mesmo um "terceiro lugar"? Para a maioria já não precisava.

4 de janeiro de 2013

Marmota Assada


Novamente verão, momento de reiterar a única preocupação nossa, brasileiros, quanto às agressões do clima.
Se você é daqueles(as) que gosta de adquirir uma cor estilo marmota assada, não esqueça que o seu filhote aí ao seu lado não precisa acompanhá-lo(a) nessa empreitada aquarelo-estilística.
“Bronze” é agressão à pele, e feia.
Não devemos nos esquecer que radiação é algo que fica para sempre nos nossos organismos (algo assim como uma praga, ou uma tatuagem da adolescência escrita “Amo você, Bruno”).
E quanto mais novo esse organismo é, mais tempo essa radiação vai agir.
Os raios ultravioleta afetam o DNA das células da pele. E nas crianças pequenas, a imaturidade dos melanócitos (células da pele que produzem a melanina, pigmento responsável pela “cor”) faz com que essa lesão seja ainda mais acentuada.
Além disso, a camada córnea (a “casca” da pele, pode-se dizer assim) é mais fina nas crianças.
E, curiosamente, estudos recentes têm comprovado que a exposição solar tem efeito imunossupressor (diminui a imunidade) por efeito direto nas células de defesa da pele, fato que se observa nos pacientes que se dizem algumas vezes “tendo pego uma insolação” (na maioria dos casos são doenças infecciosas seguidas à exposição aguda ao sol!).
Tudo isso nos faz relembrar o melhor protetor solar para a criança: sombra!

1 de janeiro de 2013

Vida Curta / Compartilhe


Ano acaba de nascer!
Mais um, novo assim
E como todo neonato
Para que o dia chegue ao fim
Digerirá eventos
Arrotando fatos
E – Perdoe-me Camões –
Cagando para as previsões!
 
Visto que novo, Aninho
Se aninhará ligeiro
em prole pequena
É só o terceiro
de uma dezena! 

Corram, porém
(suprema agonia)
papai, mamãe, titia
Curtam o neném
que, apesar da alegria
(vejam vocês!)
não vai muito além
do décimo segundo mês... 

(O século é uma criança. Criança, não. Adolescente! Então, brindemos: teen, teen!)