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30 de setembro de 2016

Código de Defesa do "O Mundo é Meu"


Pais, ensinem aos seus filhos:

Dar sinal para direita ou esquerda no carro é para os outros (os otários). Você dirige pra você mesmo. Os outros é que adivinhem o que você vai fazer!
Pedestre só tem prioridade nas poucas vezes em que você for um deles. Senão, é passar por cima. No sentido figurado, claro, porque literalmente tem alguma chance de dar encrenca.
Mas também lembre-se: nessas raras vezes em que você for pedestre, exija seus direitos. Caminhe vagarosamente à frente dos carros porque eles são obrigados (é lei!) a parar pra você passar. Nada de dar aquela corridinha em respeito ao tempo dos outros. Agradecer à alguém que parou, nem pensar!
Fila, filho, não foi feita para gente como você, criado a pão de ló. Dê um jeito de achar alguém que conheça lá na frente e, no joão-sem-braço, se imiscua como quem não quer nada (logo você, veja você, que quer tudo...). Não esquecendo de reclamar da lerdeza do funcionário muito bem pago pra te atender nos guichês.
Ao abrir uma porta, entre primeiro. Educado, como dizia sua avó, só se ferra. Não espere os lerdos, os idosos, os que competirão pelo seu espaço.
Não pague. Pegue. Não faça. Copie. Não construa o seu. Destrua o dos outros. 
Ao enfrentar um problema, qualquer que seja, lembre: você é a prioridade. Outros não sofrem, sentem, aguardam, como você. Outros terão o seu tempo, se tempo sobrar. Por isso use bem o seu.


Ah, e reclame do governo. Porque é por isso que esse mundo está assim. Por causa deles. Eles têm dificultado muito nossa vida. Nós, que só queremos o que é de nosso direito.

27 de setembro de 2016

Enigma?



Se você que está me lendo agora é mãe de um pequeno menino, deveria saber o que é esmegma.
Nada a ver com vulcão. Aquilo é magma.
Esmegma é um acúmulo de células mortas mais secreção sebácea presente na região do prepúcio (a pele que recobre a glande, a "cabeça" do pênis).
Pra que serve? Pra nada, ainda que se assuma que deveria ter função lubrificante dessa região.
O esmegma é fonte de alguma ansiedade (e motivo de consulta) quando os pais notam a secreção esbranquiçada ou amarelada que "escapa" da parte visível da glande nos meninos (ou algumas vezes forma pequenos cistos por baixo da pele próximo à junção do corpo peniano com a glande - que se dissolvem espontaneamente com o tempo). Essa secreção pode ter bactérias, normalmente pouco agressivas, mas que podem gerar irritação ou inflamação da região.
O que se faz com isso? A remoção do esmegma se dá apenas com a higiene local (água e sabonete, suficiente durante o banho, desde que esse seja com frequência diária) e é normalmente um indicador da higiene local. 
Há questionamentos de longa data se a presença do esmegma (e da irritação que provoca) pode ser um causador de câncer de pênis. O fato é que o câncer do pênis é quase invariavelmente relacionado à má higiene, o que pode ou não se somar a ação irritante do esmegma.
Meninas tem esmegma? Podem ter também, com quase a mesma frequência. Mas costuma ser mais visível, e associada com "sujeirinha" local (mais facilmente removível com higiene diária).

23 de setembro de 2016

Anos de Azar


A humanidade, ignara, está sempre reverenciando os ídolos errados.
Se o Neymar morresse hoje veríamos alguns milhões de brasileiros chorando pelas ruas, num cortejo que atrapalharia o trânsito por pelo menos dois dias. Não desejo nada de mal ao Neymar, mas ele é tão importante para uma população adulta quanto a Peppa Pig é para as crianças. E felizmente a Peppa Pig não morre, não atrapalha o trânsito.
Se incomoda a idolatria, incomoda mais o espelhamento que os jovens fazem nela. 

E aí sobra, num país como o nosso, a aspiração ao reino do futebol, à música do rebolado, ao estrelato ocasional, e não ao esforço recompensado "apenas" no saber-se útil, o que não rende selfies ao se sair às ruas.

20 de setembro de 2016

Nem Tudo O Que Reluz


O assunto "mascaramento" de infecções é um assunto muito pouco falado, mas que se reveste de uma importância maior em tempos de uso de antibiótico indiscriminado.
Um agravante recente é a carência de pediatras em serviços públicos e de emergência, o que leva a um uso ainda maior de antibióticos por causas erradas - ou pela própria ansiedade e cobrança familiar.
É aquela situação de toda hora: "Ah, é infecção de garganta (o mordomo da história das febres infantis), por isso está aqui o antibiótico...".
Salva muita gente por indicação errada. Gente que term alguma outra infecção iniciando e, pelo uso do antimicrobiano, melhora.
Mas também (muito mais raramente, mas não por isso menos importante) pode induzir a um subtratamento de alguma infecção incipiente mais grave (como uma meningite ou pneumonia em fase inicial, por exemplo), resultando em germe mais resistente, atraso no reconhecimento, maior chance de sequelas.

16 de setembro de 2016

Brrr! Que Magreza!


Eu não recomendaria pra ninguém, mas que é interessante, é (e talvez possa explicar mais sobre diferenças individuais de peso no futuro do que imaginamos hoje):
Quando estamos "pelados" no frio e nos metemos em baixa de uma grossa coberta, muitas vezes não leva mais de 2 minutos para nos sentirmos confortáveis. O calor vem da coberta? Claro que não! Ela serve apenas para isolar o calor produzido pela queima de calorias do nosso próprio corpo!
Pensando nisso, pesquisadores têm realizado estudos comprovando a perda de peso apenas... passando frio.
Num deles, a queima calórica da turma exposta ao frio se equiparou a um período razoável de corrida.
O motivo explicado seria a transformação no organismo de parte da chamada "gordura branca" (depósito de energia, muito devagar na "queima" calórica) em um maior percentual de "gordura marrom" (presente nos recém-nascidos e lactentes, muito mais ativa metabolicamente para conversão dos estoques energéticos em calor, ou seja, cria-se uma gordura mais "volúvel" energeticamente).
O exercício faz isso. Mas o frio também faz. 

Possivelmente no passado, além de todas as diferenças de dieta e de atividade física forçada (busca de alimentos, migração, luta por sobrevivência, etc.) também as defesas "civilizatórias" contra o frio sendo muito escassas, contribuíam para um físico muito mais "enxuto".

13 de setembro de 2016

Só Sei Que Não Sei Não


Pelo olhar dos pais (e, principalmente, das mães) a gente normalmente consegue perceber se vão realizar alguma mudança na vida dos seus filhos.
A questão da retirada da chupeta, por exemplo. Explicam-se os motivos por A + B da necessidade da intervenção (mesmo nos casos em que a criança já é quase um "caso perdido" de estragos na dentição, de respiração bucal, de deformidade facial, etc - sim, a chupeta pode causar tudo isso!), e aí, olha-se para a mãe, e ela faz aquela cara de: "mas já, tadinha(o), acho que não vou ter coragem, não!...", saca?
Não podemos fazer mais do que sermos chatos, de esclarecer razões, de querer ajudar. A partir daí é com os responsáveis pela criança. 
Isso vale para tudo: alimentação, hábitos, aceitação da medicação proposta, etc.
Por isso, ficamos atentos aos olhinhos que dizem muito, tanto dos pais quanto da comunicação visual entre pais e filhotes. Pra sabermos se não estamos ali meio que "perdendo tempo".



9 de setembro de 2016

Mika


Acho muiito "engraçada" nossa maneira de reagir às notícias fantasiosas sobre a saúde.
Olimpíada veio, olimpíada passou, e nós tivemos a confirmação oficial da OMS: rosca! Nenhum, 0,0 caso de zika!
E aí, indo um pouquinho pra trás no tempo (bem pouquinho, há 1 mês apenas), quando se fazia uma busca no Google: zika e Rio de Janeiro, o que se via de forma unânime era: "perigo da zika", "olimpíadas deveriam ser canceladas", "atletas e turistas desaconselhados a irem...", etc. Cientistas, pseudocientistas, políticos, médicos, etc.
Esse caso não foi único. Mas retrata nossos tempos modernos, em que temos recursos, temos informação, temos cuidados, mas também temos pânico de problemas que se revelam pequenos, quando se olha para trás, ou com um pouco mais de bom senso (ou simplesmente interpretando fatos).
O paralelo com a situação da violência cabe: há gente que morre, há famílias destroçadas, há incidência inaceitável do problema, mas o que se vê no dia a dia é gente vivendo, indo à praia, andando de bicicleta nas ciclovias (ops!). Cuidado, olho aberto, evitar situações de grande risco, um pouco de oração, buscar soluções. 
Pânico e repelente adiantam muito pouco.

6 de setembro de 2016

Eterno Enquanto Durmo


É esse curtíssimo espaço de tempo vivo que nos cria a sensação da nossa ridícula eternidade.
A diferença entre o dormir e o morrer é apenas a perspectiva de acordar para viver coisas novas, e minimamente interessantes. Em outras palavras, a angústia de quem está morrendo é a angústia da ausência do novo dia. É muito próxima à angústia de quem sabe ter alguma doença incurável.
Curiosamente, no entanto, todos nós temos "alguma doença incurável", que mais cedo ou mais tarde se revelará. Se, então, pensarmos que a diferença entre o bebê e o idoso é ilusória, de alguns segundos (relativamente à história da humanidade como um todo ou, mais especificamente, à eternidade), deveríamos todos dormir angustiados, com a perspectiva do fim. 
Como disse, não pensamos habitualmente assim. Apenas intuímos. É isso o que cria a alternância maluca do "viver tudo já" com o ritmo lento de quando nos cremos eternos, a oscilação entre o criar, o cuidar, o legar e o usar, o abusar, e o negligenciar. 
Atingir o centenário é uma perspectiva recente. Com um terço disso, o homem ainda assim sentia-se estranhamente eterno. Ou, o que pode ser estranho, sentia-se mais eterno do que hoje. Talvez porque pressentisse a sua eternidade fora, e não dentro dele.



2 de setembro de 2016

Gópi?


Nesse momento histórico, não vou resistir de falar mais um pouquinho de "política".
A escabiose (termo chic para a sarna) é, como muita gente boa desconhece, provocada por um "bichinho", um pequeno ácaro, parente próximo do ácaro da poeira, que tanto sintoma alérgico provoca.
Esse ácaro, também ao contrário do que muita gente boa acha, é facilmente tratado (e aí, a semelhança com a atual política se desfaz): passa-se o remedinho, uma ou duas vezes, e o bichinho bau-bau!
O que fica, o que faz as pessoas insatisfeitas com o tratamento por dias ou semanas a fio, é a pele alterada pelos estragos causados pelo "bicho": coceira, pele vermelha, crostas e até feridas.
O ácaro faz o seu trabalho porco e se vai. Mas a gente leva tempo cuidando dos seus rastros. 


Fica aquela sensação de que o melhor mesmo seria nunca ter tido o desprazer de tê-lo conhecido.