Procure por assunto (ex.: vacinas, febre, etc.) no ícone da "lupinha" no canto superior esquerdo

30 de junho de 2017

10 Verdades


1) Para se coibir o uso indiscriminado de antibióticos, tentaram a retenção da receita. Não adiantou. Próximo passo? A retenção de médicos!
2) Verruga é contagioso? Claro que é. Se bem que conheço um cara que viu de perto a Madona e não ficou mais velho... (ver ruga! rá rá!)
3) Quem tem dor de cabeça precisa de óculos? Só pra enxergar o preço do analgésico.
4) Natação emagrece? Se você parar de comer enquanto está dentro da piscina, sim!
5) Hoje em dia tem tanto aluno hiperativo que está mais fácil dar um "agitolol" pros calminhos entrarem no ritmo da turma
6) Existe uma conta pra prever a altura do bebê? Existe, mas ela é tão complicada, que quando você resolver, seu bebê terá 53 anos de idade
7) Banho de balde acalma o bebê (assim como um banho de loja acalma sua mamãe)
8) Cocô verde é sinal de cólica no recém-nascido? Não, mas o cocô amarelo  é sinal de "atenção", e o vermelho é sinal de "pare"
9) Quando é hora de tirar a chupeta? Na ordem unida (para os homens), e se não combinar com o véu da noiva (para as mulheres). 


10) Hoje em dia, os 70 anos são os "novos 50", e os 2 aninhos são os "novos recém-nascidos"

27 de junho de 2017

Fofis


No reino chamado Fofolândia, o homem que ocupa a cadeira suprema (fofo, substituindo o titular, esse não fofo) resolveu decretar:
"Chega de fofo por aqui!", talvez com ciúme da atenção dedicada aos demais fofos do reino. E, numa canetada, autorizou a (quase) livre comercialização de medicações até então proibidas, porque já amplamente evidenciadas como inúteis no tratamento da fofice, além de muito perigosas nos efeitos colaterais (com frequência ceifando a vida de ex-fofos do tal reino, hoje absolutamente cadavéricos).
Se não o medo da concorrência, fica difícil imaginar outros motivos (os lícitos, pelo menos) que possam ter provocado tal medida. Quem é o rei, para se pronunciar como especialista no tratamento da obesidade? O que descobriu ele, que até então ninguém sabia?
Curiosamente, o decreto chega numa época em que essas medicações já tinham caído no descrédito da própria população (fofos e fofóbicos incluídos). E agora, com o Pequeno Momo dando uma força, deverá ganhar novo impulso, pelo menos nos novatos e desavisados.
Fez rir o comentário de um presidente de conselho médico da Fofolândia: "os médicos terão critério para prescrevê-los".
Ah, doutor, conta outra, vai, porque a Fofolândia não está tendo muito motivo pra rir ultimamente!

23 de junho de 2017

Sócios Pagam Caro


Qualquer pai e qualquer mãe ao se deparar com algum comportamento potencialmente aditivo (que pode levar ao vício) de seu filho naturalmente se preocuparia.
Pelo menos tentaria buscar tratamento especializado.
Não é o que acontece com as chamadas mídias sociais (Facebook, Instagram, Whatsapp e outros). 
Se você está pensando que é exagero, que as mídias não viciam, não causam dependência, olhe para o seu lado (ou mesmo olhe para o espelho!). Verá pessoas absolutamente alienadas do mundo, catando um sinal de wifi desesperadamente para saber das últimas, irritadas quando alguém as interrompe.
As mídias sociais foram sendo aperfeiçoadas com o passar do tempo para apresentar informações de maneira que viciem, por experts do ramo da psicologia ligados aos jogos de azar dos cassinos. Assustaria alguém que viesse de um passado não tão remoto, ver as pessoas grudadas nos seus smartphones enquanto comem, atravessam a rua ou mesmo quando estão no banho ou dirigindo.
De forma interessante, os "viciados" (como todo viciado) têm na ponta da lingua a lista de vantagens de pertencer a esse mundo: sociabilização, informação, serviços, lazer, etc. Todos os itens que existem de forma melhor fora das mídias (mas é difícil convencê-los)! 
Outro fato interessante (e muito preocupante!) é que esse vício é o único (com exceção, talvez, da televisão, mas em menor grau) em que os pais mais do que ensinar aos filhos aprendem com eles, criando uma legitimação (e mesmo estímulo) do ato no próprio ambiente domiciliar (e com muito pouco senso crítico).


Há que se pensar nisso. As pessoas mais equilibradas emocionalmente, realizadas profissionalmente, saudáveis, não serão no longo prazo aquelas grudadas nessas mídias. Bem pelo contrário.

20 de junho de 2017

Ultraje Ao Rigor


"Então, doutor, amanhã pensei em não levar ela pra aula. Ainda não tá muito boazinha, né? Vai que piora lá, ou sei lá, baixa a imunidade, ou..."
Não, né?
É grandinha, deve ter suas responsabilidades, não está tão mal assim (imagino que amanhã menos ainda, visto que é criança, e criança recupera rápido), e você não deve querer que ela cresça com essa noção de que "qualquer coisa não vou", afinal não é disso que reclamamos tanto do nosso país, onde as pessoas faltam, dão um "migué" a toda hora nos trabalhos, nas suas obrigações?...
"É..."
É! Então tá aqui a declaração de comparecimento de hoje, mas amanhã (a não ser que algo muito inesperado aconteça), aula! Obrigação!
"É que o doutor esqueceu que depois de amanhã é feriado..."
...

(a culpa é dos políticos...)

16 de junho de 2017

Os X da Questão


Uma outra "modinha" muito vista nos Pronto Atendimentos hoje é a coisa do radiografar qualquer criança que apresente sintomas respiratórios, do espirro à tosse produtiva (com catarro), daquela sem febre e brincando enquanto espera a consulta àquela com esforço respiratório.
Não!
Não posso entrar como um louco nos serviços e aconselhar (esganar?) certos colegas mas falo com você, pai ou mãe da criança:
Embora pareça interessante a idéia de trazer mais elementos ao diagnóstico, o raio X só deve ser feito quando há dúvidas diagnósticas ou quando se necessita comprovar um diagnóstico mais grave (até para se ter parâmetros para a evolução).
Não é o caso da grande maioria das crianças que vêm à consulta ou ao Pronto Atendimento.
Rx em exagero atrapalha o andamento do serviço, cria estresse na criança pequena, cria preocupações desnecessárias com imagens não relacionadas à hipótese diagnóstica, atrapalha certos diagnósticos ou "suporta" diagnósticos errados (quando mal interpretado), além de acarretar carga radioativa (pequena, mas acumulariva) para a criança. Se não é o médico a pensar, pense nisso você.

13 de junho de 2017

Gripe "Mal Curada"


Lá das terras de onde venho existe uma expressão muito usada popularmente: a chamada "gripe mal curada".
O que seria, exatamente, a "gripe mal curada"?
Pode procurar nos alfarrábios (pelo menos nos alfarrábios oficiais, médicos): não está lá, tal definição. É mesmo, então, mais uma criação popular, como a pipa e o maracatu.
Nas crianças, o que os pais costumam chamar de gripe mal curada parece ser um dos dois fenômenos:
1) as complicações de uma gripe ou resfriado, minoria dos casos, mas não tão raro assim (como uma pneumonia ou alguma infecção bacteriana, como uma otite), e
2) o encadeamento de vários resfriados e/ou gripes em prazos muito curtos, dando a impressão de uma gripe/resfriado prolongada e contínua (fato muito mais comum, principalmente em crianças muito pequenas nos primeiros anos de creche ou escola).


O termo é mais um fantasma a assustar os pais mais novatos no inverno.

9 de junho de 2017

O Que A Foto do Whats Diz Sobre Você


A foto no circulozinho do Whatsapp era pra ser apenas uma maneira de identificar você. Pra que alguém que receba uma mensagem identifique qual dos 22 Joões dos contatos está escrevendo. E ponto.
Mas virou uma arte.
E uma maneira indireta de perceber como "funciona" a pessoa - e a sua relação com a família.
Mamães supermães e papais superpais não deixam de incluir seus filhos nas fotos que -teoricamente - não são co-proprietários do celular (dificilmente você vai ver alguém perguntando "Posso falar com esse menino montado no cavalo de pau no canto da foto?"). E, curiosamente, muitas mamães e papais escolhem um(a) filho(a) para posar na foto, esquecendo o resto da prole. Talvez pelo fato de que quem tenta colocar todo mundo fica parecendo afogado em redemoinho, um monte de gente entronchado em um buraco.
Tem gente que se esconde, e deixa sem foto, por timidez, modéstia ou para poupar os olhos dos outros (isso quando não são criminosos, que precisam mesmo se esconder).
Tem gente - normalmente adolescente - que a cada diálogo aparece com uma foto diferente, possivelmente para dar a impressão que se trata de um filme. É a fase da auto-afirmação e da dúvida ("Qual desses sou eu?").
Tem outros que se produzem tanto, mas tanto, que você jura que não é ele(a), mas um ator (atriz) de Hollywood.
Alguns se disfarçam, eletronicamente. Outros põem um quase-nudes. Outros põem objetos preferidos, como uma bicicleta ou uma Ferrari, própria ou apenas fotografada. Outros, ainda, põem desenhos (caricaturas suas ou, por exemplo, estrelas do Pokemón). Times são uma constante nos homens. Mulheres, às vezes, põem os gatos de Hollywood, o que gera alguma confusão ("Bradley Cooper me mandando zap?").


Isso tudo no espaço de um pequeno círculo. Tá na hora de os donos repensarem esse espaço. E quando repensarem, royalties para o Olho Pimpolho!

6 de junho de 2017

Pérolas Aos Porcos?


Uma notícia da semana passada passou batida: a de que se está criando antibióticos "redesenhados" para combater bactérias ultrarresistentes (no caso, o antibiótico é a vancomicina, para atuar contra bactérias hospitalares resistentes a quase tudo).
Mais um grande degrau na eficiência antibiótica vai sendo galgado.
O que preocupa, e muito.
Porque não é assim que a coisa deveria funcionar: antibióticos mais potentes, bactérias mais resistentes, antibióticos mais potentes ainda, bactérias mais resistentes ainda, num interminável ciclo que só pode acabar mal. Para nós!
Pare pra pensar. Por que será que ao invés disso a sociedade como um todo não faz o caminho contrário: uso mais consciente, campanhas públicas, menos uso, bactérias voltando a ser sensíveis...
Porque não interessa à poderosa indústria (que interesse existe em voltar a vender "penicilinas", a preço de troco?). Porque a população, na sua ignorância, acha que em medicina "quanto mais, melhor" (vemos a decepção dos pacientes ao se propor o freio no uso de antibióticos, ou a volta a um uso mais racional). Porque o lobby do saudável "natureba", da sensatez na aplicação de recursos é pobre (como o blog que vos fala), contra o chic do último recurso, dos gastos em alta tecnologia farmacêutica (que, claro, têm que ser recuperados).
As bactérias são altamente capacitadas para desenvolver resistência por um motivo básico: elas se multiplicam rapidamente, criando alternativas evolutivas contra seus inimigos, os antibióticos. 
Nós, não. Só temos esse mesmo corpinho, com suas defesas enrijecidas pelos nossos cem anos imutáveis, em termos de evolução. É de dar inveja.

2 de junho de 2017

Não É!


Revelação bombástica:
Pedro não é gay!
Pedro revela em entrevista que nunca foi gay. Que foi algo que foi acontecendo naturalmente na sua vida. Foi assumindo, não a homossexualidade, mas a visão que os outros tinham do comportamento dele, sem que isso passasse pela (sua) cama. 
Pedro só não brigou. Não esperneou. Não buscou falar mais grosso. Não cuspiu no chão, não pegou nos genitais, não chamou pra porrada quem dele falava.
Sua mãe (talvez pelos problemas dela própria) sempre achou bonitinho, um filho gay. Principalmente porque nenhuma (linda, jovem e atraente) moça atravessaria o seu caminho. A relação de amor entre ela e seu filho estaria garantida, para toda a (sua) eternidade.
Claro que seu pai, à princípio, não gostou. Mas - que ninguém aqui saiba - como era também um pouco confuso com sua própria sexualidade, terminou por se render, até porque nessa fase já estava um tanto separado da família, tendo constituído uma nova, com um novo filho, (aparentemente) macho.
Mas Pedro agora resolveu falar.
Pede perdão aos seus amigos, gays ou não gays. Nada contra, como já se sabe. Mas também nada especificamente a favor. Simplesmente para ele "não rola" (esteja atento ao acento!). Não é. Não deve mesmo ser.
Pedro conta que nunca em sua vida se demorou olhando um amigo ao banho (muitos de seus amigos, sim, olhavam para ele de forma mais demorada), nunca mirou um lábio masculino imaginando "como deve ser", nunca fantasiou com o Tom Cruise ou com o Robert Downey Jr. Não. Pedro não quer entrar em detalhes, mas diz que passou longe disso tudo naturalmente. Sem asco, mas sem a menor tentação.
Paciência se os outros acharam. Não é!
Pedro pede desculpas a toda uma sociedade. Espera manter seus amigos, sua vida social, seus contatos, seus likes. Sabe que será difícil, agora que assumiu. 


Assim é a vida. Não se pode agradar a todos. Ainda mais hoje, numa sociedade tão aberta ao novo, ao diferente, uma sociedade tão sem preconceitos.