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30 de janeiro de 2018

Ainda É Cedo?


Não estou com nenhum estudo à mão para comprovar isso, mas acho que já estamos passando da hora de termos novos parâmetros de desenvolvimento para nossas crianças.
Estamos vendo crianças de seis meses de idade sentando sem apoio, crianças de dois meses prestando uma grande atenção em conversas (e buscando o interlocutor!), crianças de pouco menos de oito meses iniciando a andar, e por aí vai...
Uma somatória de causas para tudo isso. Dentre elas, nossa maior atenção às figurinhas (nossa, dos médicos e dos pais).
O único perigo é a pressão que se colocará nas costas de quem ainda está com, digamos, desenvolvimento psicomotor do milênio passado...

26 de janeiro de 2018

Fígado, Órgão Negligenciado


Se tem um órgão do corpo humano que tende a ser negligenciado na importância que tem, esse órgão é o fígado.
Não só porque para o leigo são "meio nebulosas" suas tantas e importantes funções, mas também porque a turma adora maltratá-lo (de forma um tanto inconsciente, às vezes).
A incidência da chamada doença hepática não alcoólica está em franca ascensão nas últimas décadas, não somente na população obesa (onde pode chegar a perto de 80%), quanto em não-obesos, também (até perto de 30%), e mesmo na faixa etária pediátrica não tem sido assim tão rara, mais.
Quase tudo o que a sociedade moderna faz rotineiramente agride o fígado. Se por ele têm que passar medicamentos hepatotóxicos (uma enormidade!), álcool e seus metabólitos, excessos de nutrientes e açúcares a serem transformados para depósitos (a causa comum da doença hepática da infância atual), além de moléculas resultantes de agressão dita oxidativa (resultantes, em última análise, do simples ato de viver!), dá para imaginar o quanto sofre o "bichinho"!
Um agravante do problema é que quando se descobre a afecção, costuma ser tarde demais  (uma exceção tem sido a cirurgia bariátrica, que tem conseguido reverter muitos casos de doença desse tipo, relacionados à obesidade "mórbida"). Além disso, exames podem ser úteis para se ter uma idéia da função do fígado, mas o diagnóstico definitivo é somente dado pela biópsia, que não é algo que se faça em "qualquer esquina" (e a biópsia é sujeita a falhas, visto que retira uma amostra de uma 50000a. parte do órgão)!

Informe-se a respeito. Cuide-se. Respeite esse órgão tão esquecidinho.

23 de janeiro de 2018

O Fundo do Poço É Seco


Longe de mim querer louvar alguma ação do governo putinista, mas é interessante perceber que ainda que a turma na Russia ainda beba muito (até recentemente eram poucos os lugares do mundo onde você via jovens com garrafinha nos bolsos dentro do metrô), estão começando a baixar de forma importante seus níveis de alcoolismo.
Como fizeram isso?
Inicialmente, percebendo que tinham um problemão de saúde pública nas mãos (coisa que por aqui ainda não nos demos conta!).
Depois, com um dos remédios amargos de sempre: hiper-taxação de bebidas alcoólicas.
Além disso, a proibição da venda de álcool no horário em que ele vai se tornando mais perigoso, a partir das 23 horas (algo que, convenhamos, um regime pseudo-não-ditatorial tem mais facilidade de fazer...).
E mais uma medida que o Brasil passou da hora de fazer (mas estamos esperando parlamentares corruptos deixarem seus assentos, me acordem do meu túmulo quando isso acontecer): pararam de transformar o encher a cara em algo chic. Alvo? A publicidade!

Estratégias que vão dando certo. Ao ponto de agora russos estarem bebendo menos que franceses, alemães e portugueses (segundo conta o site Scienceseavenir), que ainda são povos que bebem muito também.

19 de janeiro de 2018

"Lisos"


O pânico do verão já sabemos o nome que tem: febre amarela!
O pânico do inverno tem letras já bem conhecidas: H e N, dos vírus da gripe...
Acontece que esse ano, no hemisfério norte, ele veio com muita força - muito mais que em todos os anos da década passada, quando muito se anunciou e relativamente pouco aconteceu.
Se vai vir com essa força toda para os lados de cá ninguém ainda sabe, mas é bem provável.
Você então vai usar a estratégia que está sendo usada no caso da febre amarela e já vai começar a fazer fila pela vacina da gripe?
Menos!
Bem menos!
Algumas vezes já dissemos por aqui que a vacina da gripe (apesar de muito "propagada") é uma vacina, digamos, mixuruca!
Novos estudos desse ano - e editorial do New England Journal of Medicine - (re) explicam os motivos desse insucesso.
Resumindo novamente a questão, tem a ver com os tipos de vírus circulantes, que costumam "escapar feio" do momento em que são detectados em cada nova epidemia até a confecção e distribuição das vacinas pelo mundo. São muito mutantes, e justamente nas regiões pelas quais nossos anticorpos os identificam e os combatem (sua proteína de superfície, a chamada hemaglutinina, que dá nome à primeira letra dos "HN"s).
A pergunta que sempre vem é:
"Então não me vacino?"
Vacine! Mas continue, de resto, se cuidando (principalmente com áreas de maior aglomeração). 
E, sobretudo, não espere milagres.

Comentários?

16 de janeiro de 2018

Terra Arrasada


Sei que você vai me diagnosticar com depressão de início de ano, e talvez tenha razão.
Mas muito recentemente fiquei com um grande nó na garganta ao me dirigir a um endereço conhecido há anos e encontrar algo parecido com uma ruína do que já havia sido: uma livraria.
Sei que não sou o único. Basta fazer a pergunta "as livrarias estão desaparecendo?" para o Google, e ele vai mostrar um monte de gente pelo mundo inteiro sentindo a mesma melancolia que tenho sentido.
Curiosamente, confesso que tenho feito minha importante parte para que as livrarias sumam. Minha decisão de adotar o livro digital não é nova e deveu-se em boa parte por questões ecológicas, pois já não estava achando espaços para acumular livros (lidos, é sempre bom que se diga!).
O que me causou mais tristeza foi ter acreditado em toda aquela gente (especialmente no Brasil) que vinha com aquele papo de "adoro manusear os livros, por isso não leio ebooks...". Ué, gente, cadê todos vocês? Então só manuseavam, ou cansaram desse manuseio? Por que deixaram então que acontecesse esse fato inédito desde Gutenberg?
Minha terrível suspeita é de que, como em outros países, as mídias fáceis (smarts, tablets) estão matando a leitura de livros, mas que no Brasil, um país de enorme maioria analfabeta (a se contar os funcionais), as consequências serão as piores possíveis, pois essa ausência do contato com o livro físico fará dele mais um objeto de museu (e do gosto pela leitura, uma aberração).
Passa lá o remedinho!...

12 de janeiro de 2018

Estagnados


Entra governo, sai governo, o Brasil tem se mantido como um refém inescapável de dois dos principais fatores que fazem com que as pessoas fiquem doentes:
1) a pobreza
2) a sensação de impotência face às adversidades
Passamos as duas ou três últimas décadas com aquela sensação de que "agora vai!" a nos dar espasmos de esperança. Mas parece que o brasileiro cansou. Ou, mais do que isso, entendeu definitivamente que não vai ser bem assim, algum passe de mágica que fará com que as coisas mais fundamentais se resolvam.
E aí... doença!
Doença é a desistência. Doença é a saída quando não se tem para onde sair. É até mesmo a tentativa de esquecer do resto. Ou de se ter um (doído) descanso de tudo.
Triste admitir. Estamos estagnados. E olhando para o futuro de luneta. Virada ao contrário...

9 de janeiro de 2018

Cura Pela Fé


Essa informação estou repassando do editorialista do prestigioso jornal médico Lancet, mas é coisa que a gente percebe há muito tempo (e eu, na minha Santa Ignorância não sabia por dados concretos):
"90 % dos medicamentos existentes funcionam em apenas 30 a 50 % dos pacientes"
Gente, isso é pra fazer um cartaz e colar na geladeira!
Quando - nas inúmeras vezes - um determinado medicamento não funciona, a "culpa" costuma ser... do medicamento mesmo!
A tendência (principalmente na sociedade atual) é culpar quem?
Um frasquinho de Epocler* pra quem respondeu: o médico!
Claro que médicos não estão nada isentos das suas responsabilidades ao errar diagnósticos, prescrever erradamente, errar dosagens e, principalmente, evitar de falar sobre as reais expectativas dos tratamentos propostos (ou "enfiados goela abaixo", mesmo!).
Mas um pouquinho do conhecimento de como o remédio passou a ser prescrito para aquela determinada condição vale a pena se ter: são situações absolutamente empíricas até os dias de hoje (que nenhuma indústria farmacêutica nos ouça)!
Então, ao sair de seu médico com receitinha na mão, leia novamente a frase acima (e vá com um pé pra trás pra casa, mesmo, infelizmente!).

*Isso não é merchandise, não. Essa porcaria é mais uma que não serve pra nada, mesmo!

5 de janeiro de 2018

Marmelada


Acho que não precisavam ter se esforçado.
Fazer um enorme trabalho para provar que não adianta dar nem vitamina D nem suplemento de cálcio para idosos na tentativa de reduzir fraturas.
É meio óbvio!
É tarde!
Inicialmente é bom dizer que a realidade nua e crua é a de que idosos vão perdendo tudo pelo simples fato de serem idosos: massa muscular, capacidade cognitiva, equilíbrio, visão, audição, capacidade digestiva, cabelos, chave de casa e... massa óssea! Há pouco a se fazer a respeito.
Depois, massa óssea é como poupança: se faz na hora que se tem. Não depois que se perdeu! 
É de jovem que você - com alimentação adequada, com atividade física, evitando cigarro, bebida, refrigerantes - constrói ossos saudáveis. Ainda assim, tem que contar com sorte genética.
Há muita tentativa de se reconstruir o que foi perdido, algumas vezes com medicações que causam mais estragos do que benefícios. 

Não dá certo.